«É uma coisa muito prematura», mas depois de transportar a peça “A minha casa é a A2” para um livro, João de Brito sonha agora com a criação de um curso de Artes Performativas na Universidade do Algarve.
«Queria usar um pouco do meu conhecimento para ajudar nesse processo que não é fácil. Já houve algumas reuniões, mas isto é apenas um sonho meu que pode ainda demorar muito a ser implementado», revela o ator algarvio ao Sul Informação, sem esquecer que tudo começa com «um pequeno passo».
Na opinião de João de Brito, a Universidade do Algarve tem «muito potencial» para ter um curso desses, que «faz muito falta».
«É necessário haver uma continuação dos cursos de artes performativas que já existem no secundário, em Portimão e em Faro. Esses miúdos estudam teatro e dança e vão para onde? Vão para fora. É importante, mas também é importante dar oportunidades aos miúdos que não podem sair do Algarve».
Além disso, o ator salienta que esse curso fará com que pessoas de outros sítios possam vir para cá estudar, criando «massa artística para trabalhar na região e alimentar as companhias e estruturas culturais».
A conversa com o Sul Informação decorreu no seguimento do lançamento do livro “A minha casa é a A2”, que conta «a história de um algarvio que saiu da sua terra natal e foi à procura de outras coisas, mas depois regressou e quis fazer um projeto artístico na sua terra». Um projeto que «não é só regional ou local, mas também nacional e internacional».

«Acima de tudo, é a peça de teatro, mas que depois tem algumas experiências de vida contadas na primeira pessoa sobre o que é isto de andar entre uma capital do país e uma capital de distrito, sem nunca cortar o cordão umbilical», frisa.
Idealizado para marcar os 40 anos de vida e 20 de carreira do ator, este “A minha casa é a A2” pode ainda servir de inspiração para quem quer criar o seu próprio projeto artístico na região.
O livro, que brevemente estará disponível nas livrarias, pode ser encomendado junto da companhia Lama Teatro e custa 12 euros.
Mas os projetos para o futuro de João de Brito não ficam por aqui.
O ator ambiciona ainda criar um anfiteatro ao ar livre em Castro Marim, a terra dos seus avós paternos, e levar assim o Lama a outros concelhos algarvios.
«No Algarve, principalmente em Faro, Loulé e Lagos há cada vez mais coisas a acontecer e o interior e sítios mais despovoados precisam também da nossa atenção enquanto artistas. Esse é também o meu intuito», remata.