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A exposição “Olhares com Memória”, que retrata a vida e obra de Augusto Pires Martins, estará patente ao público, na Casa Museu João de Deus, em São Bartolomeu de Messines, até ao dia 16 de outubro. 

Esta instalação pretende simultaneamente dar a conhecer o espólio doado pelo fotógrafo Augusto Pires Martins, que viveu grande parte da sua vida em Messines, tendo o seu trabalho recebido o reconhecimento público através de vários prémios, e a vida dos cidadãos comuns do século XX, retratados na sua obra.

Assim, a partir de uma antiga máquina fotográfica de fole, instalada no meio da Sala Polivalente da Casa Museu João de Deus, cresceu esta instalação que agora abre ao público.

Antigos flashes, máquinas de corte de fotografias, projetores, uma velha máquina calculadora e dez fotografias expostas nas paredes (duas delas foram premiadas; três reportam-se a um típico personagem de São Bartolomeu de Messines – o Manel da Vaca Gorda; três aos arredores da vila e as duas últimas a pormenores de ocasião) compõem a mostra, que permite aos visitantes terem uma ideia de como seria o ateliê fotográfico de Augusto Pires Martins.

Esta instalação é montada neste momento, após ter sido terminada a organização da base de dados que dá conta de todo o material (milhares de negativos, fotografias, equipamentos fotográficos, entre outras peças) doado pelo fotógrafo a esta Casa Museu, trabalho esse que contou com a colaboração do fotógrafo Jorge Graça, que na sua tese de licenciatura trabalhou em parceria com esta instituição na organização desses documentos, que permitem compreender melhor a realidade vivida nesta vila e no concelho ao longo de todo o século XX.

Para mais informações, deverão contatar a Casa Museu João de Deus, através do telefone 282 330 189, ou do email casamuseu.joaodeus@cm-silves.pt.

 

Quem foi Augusto Pires Martins?

Nasceu na freguesia de Santa Maria de Lagos, em 23 de novembro de 1919 e faleceu em Armação de Pêra, em 30 de janeiro de 2010, com 90 anos.

Aos 18 anos parte para Faro, onde estuda e vive até aos 20.

Apaixona-se por sua prima, Virolina Guerreiro Neves, com quem casa e muda-se para SB Messines.

Começa por ajudar a mulher, como cabeleireiro e, a fim de aprofundar conhecimentos, pratica durante algum tempo, num salão em Lisboa.

Regressa ao Algarve e a SB Messines.

A fotografia aparece na sua vida quase por acaso, quando as jovens noivas se queixam de não haver um fotógrafo na vila.

Faz uma primeira reportagem, uma segunda e todas as que lhe são pedidas. E assim, gradualmente, o jovem cabeleireiro vai transformando o rés-do-chão da sua casa num ateliê fotográfico e invertendo as suas ocupações.

Por fim, decide dedicar-se à fotografia a tempo inteiro e, para tal, regressa, mais uma vez, a Lisboa, onde estuda e trabalha com um fotógrafo.

Volta a Messines com carteira profissional e, desde então, a fotografia passa a ser o seu mundo.

Participa em Exposições e Concursos Regionais, mormente em Faro e Olhão, onde recebe várias menções honrosas e um 1º Prémio com a fotografia “Barco em contra luz”.

Finalmente, em 2002, com 83 anos de idade, reforma-se e troca SB Messines por Armação de Pêra. Antes, porém, lega grande parte do seu espólio à Casa Museu João de Deus.

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