Os resíduos volumosos, vulgo monos, que se acumularam durante o verão num descampado na Ilha da Armona já começaram a ser removidos pela empresa municipal Ambiolhão.
A autarquia olhanense lançou na passada semana uma ação de limpeza que deve durar mais uma semana, para remover resíduos volumosos que foram colocados pelos seus próprios serviços num terreno a cerca de 500 metros das edificações.
A situação gerou polémica, após denúncias de moradores, mas foi inevitável, garantiu Carlos Martins, vereador da Câmara de Olhão e responsável pela Armona na Ambiolhão. Mas não se irá repetir no futuro, assegurou.
«Esta acumulação de monos resulta de não termos podido fazer este ano o transporte deste material para Olhão, devido à condicionante de utilização da nova ponte de embarque que nos foi colocada pelo Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (IPTM)», explicou.
A Armona conta com um cais de embarque totalmente renovado, mas isso criou uma situação imprevista à autarquia. A natureza mais delicada dos materiais utilizados no cais, como o passadiço de madeira e a configuração da ponte que lhe dá acesso, obrigaram a autarquia a ter de repensar toda a operação de remoção de resíduos.
E se no lixo doméstico a situação ficou resolvida com os tradicionais contentores de lixo, que podem ser recolhidos no novo cais, no que toca aos resíduos volumosos teve de se pensar em alternativas a esta infraestrutura.
«Nós este ano, tivemos de mudar de plano e agir rapidamente. Assim, escolhemos aqui uma zona previamente estudada pelos nossos técnicos de ambiente onde pudéssemos, de forma extraordinária, fazer o acondicionamento durante três meses. Não podíamos calcular a quantidade de resíduos que se iam acumular. É algo imprevisível», referiu Carlos Martins.
A quantidade acabou por ser mais do que o esperado, o que levou a queixas de moradores. O local escolhido é, de resto, o mesmo onde costumam estar as grades que sempre serviram para depositar estes resíduos volumosos, que antes eram retirados da ilha através do cais de embarque assim que enchiam e o mesmo onde estas repousarão no futuro, asseguraram os responsáveis pela Ambiolhão.
Desde a passada semana, as grades de ferro que habitualmente são usadas para acondicionar estes resíduos volumosos estão a ser transferidas para Olhão numa barcaça, que é carregada a partir da praia na maré cheia.
Este será, de resto, o método que será utilizado no futuro, mas associado «a uma linha dedicada para a recolha seletiva de resíduos volumosos», de modo a que haja um controlo na quantidade de monos recolhidos.
Assim, na próxima época balnear, «que dura de 1 de junho a 31 de setembro», é proibido deitar monos fora na Armona. Quem tiver resíduos desta natureza, deverá contactar os serviços camarários e combinar um dia para a recolha dos mesmos. «Antes do Verão, mandaremos toda a informação e contactos na fatura da água», disse Carlos Martins.
Quem não cumprir, será sujeito «a contraordenações e eventuais coimas», algo que Carlos Martins está confiante que não vai chegar a ser necessário, por acreditar que a população vai colaborar com a autarquia «para o bem de todos».
A recolha na praia, no lado da ria, não foi feita este ano para não perturbar os veraneantes e os muitos turistas que aqui passam férias. Até porque, em 2011, a praia em que é possível fazer esta recolha «teve Bandeira Azul e uma concessão».
«Nós tínhamos de tomar uma decisão quando soubemos que não podíamos utilizar o cais. E decidimos que só iríamos tirar os monos depois do dia 31 de setembro. Como havia grande afluência à ilha, e nós escolhemos esta opção com cuidado, não quisemos prejudicar quem nos visitou e criar uma conflitualidade no uso do espaço», explicou Carlos Martins.