Ainda não é desta que as obras do Hospital Central do Algarve avançam. O ministro da Saúde Paulo Macedo confirmou esta quarta-feira na Assembleia da República, durante a discussão na especialidade do Orçamento de Estado para 2012, que a unidade de saúde algarvia só avançará «quando houver folga financeira».
Um facto que o presidente da AMAL – Grande Área Metropolitana do Algarve Macário Correia afirmou «lamentar profundamente», em declarações ao Sul Informação.
Apesar de visivelmente agastado com a confirmação da indisponibilidade financeira para um projeto que o próprio Paulo Macedo já considerou «uma prioridade nacional», o presidente da Câmara de Faro, uma das duas câmaras que gerem o Parque das Cidades, onde a infraestrutura será construída, não se mostrou surpreendido com a notícia.
«Acho que já toda a gente sabia há muito tempo que não ia haver dinheiro para o Hospital do Algarve», disse. E, quanto a um prazo para o avanço das obras, Macário Correia diz apenas ter uma indicação: «em 2012 é que não é de certeza».
«Já fui a dois lançamentos desta obra e parece que, agora, terei de ir a um terceiro», ironizou o autarca. A última foi no final de 2010, altura em que o anterior Governo anunciou que o projeto estava em fase final de concurso e que deveria ser lançado em 2012 e concluído no final de 2013.
Paulo Macedo anunciou a indisponibilidade financeira do Estado para investir em novos hospitais no Parlamento, justificando a falta de investimento com os cortes avultados no setor da Saúde.
Em agosto, numa visita efetuada ao local onde irá nascer o novo hospital, o ministro da Saúde já tinha dado a entender que seria muito complicado enquadrar esta obra nos planos de investimento do Estado para o ano que vem, mas fechou totalmente a porta para que esta obra fosse contemplada no orçamento agora em discussão na especialidade, numa lógica de investimento plurianual.
Esta decisão do Governo também já seria esperada pelo novo presidente do Conselho Diretivo da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, que a seguir a tomar posse, há poucas semanas, disse compreender que não há condições financeiras para que o Hospital do Algarve avance já.
Apesar de ter admitido que há défice de camas hospitalares no Algarve, Martins dos Santos defendeu que o enfoque do Governo devia ser na melhoria da gestão e na reorganização hospitalar.