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Quem vai desenvolver projetos de investigação para a Antártida não pode pensar apenas em trabalho. As bases que alojam os cientistas têm «uma organização quase militar, ainda que sejam na sua maioria exclusivamente civis» e regem-se por um programa onde não faltam períodos destinados ao lazer e convívio.

Adelino Canário, um dos dois investigadores do Centro de Ciências do Mar (CCMar) da Universidade do Algarve que dia 26 vão rumar até ao extremo Sul do planeta para estudar a fauna local, recorda a sua anterior ida à Antártida e confessa que a tendência para uma dedicação quase exclusiva ao trabalho existe, até porque as comunicações agora existentes permitem ligações à internet rápidas, «como se estivéssemos em Olhão a falar para Faro». «Na altura, até submeti projetos de investigação e outras coisas, como se cá estivesse a trabalhar», recordou.

«Mas a organização das bases obriga-nos a que, além de trabalho de investigação, façamos também trabalho de manutenção das infraestruturas. Por outro lado, a própria base organiza momentos de lazer e convívio, porque são muito importantes. Nós não só estamos num local isolado, como estamos com um grupo limitado de pessoas, cada qual com os seus hábitos», disse.

E, bem vistas as coisas, não é nada mau ser “obrigado” a espairecer. «Como devem imaginar, há a possibilidade de fazer Ski, alpinismo nas fissuras do gelo e em ravinas com centenas de metros de profundidade. De certa forma, são quase umas férias radicais», brincou Adelino Canário.

 

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Fotos de: Adelino Canário

 

 

 

 

 

 

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