Please ensure Javascript is enabled for purposes of website accessibility

O Governo ainda não terá decidido oficialmente extinguir o Programa «Allgarve», mas o modelo de animação turística do Algarve lançado em 2007 pelo executivo de José Sócrates, parece mesmo condenado a desaparecer.

Numa conferência de imprensa realizada esta sexta-feira, o presidente da Entidade Regional de Turismo do Algarve (ERTA) António Pina afirmou que não quer «ficar refém de discussões menores», como o nome, mas irá dialogar com a Secretaria de Estado de Turismo para que haja um Programa de Animação para a região.

A comunicação, até agora, parece não ter sido a melhor entre as duas partes. O anúncio da extinção do «Allgarve» foi feito à margem da Feira de Turismo de Madrid, à revista Ambitur, pela secretária de Estado do Turismo Cecília Meireles. António Pina estava lá e «cumprimentou» o membro do Governo, mas não teve com Cecília Meireles uma «conversa demorada».

Essa conversa com a tutela só aconteceu mesmo ontem, quinta-feira, já depois de a Agência Lusa ter noticiado que a secretária de Estado, afinal, não tinha ainda decidido pela extinção do Programa de Animação Turística do Algarve. «Contactámos a Secretaria de Estado e eles disseram que era verdade, que o programa não estava extinto», revelou António Pina.

O presidente da ERTA pareceu ficar satisfeito com as justificações do chefe de gabinete de Cecília Meireles. É que a garantia não chegou diretamente do membro do Governo e sim do seu assessor. Uma questão que António Pina desvalorizou.

António Pina confessou que não gostou de saber pelos jornais que o «Allgarve» ia ser extinto e «mostrou o seu descontentamento», mas que lhe foi garantido «que isso não é verdade». O «isso» é que não foi explicado pelo assessor de Cecília Meireles, ou seja, se não é verdade que a secretária de Estado tenha admitido o fim do «Allgarve» na Fitur.

Certo é que «haverá muito menos dinheiro» para animar a região e, tendo consciência disso, a ERTA vai tentar negociar com o Governo, com base numa premissa: «Tem que haver um Programa de Animação para ao Algarve, independentemente do nome e do modelo».

António Pina lembrou que, na semana que vem, será apresentado o estudo encomendado à Universidade do Algarve sobre os impactos «negativos e positivos» do «Allgarve». Um documento «isento» que deverá ser posto em cima da mesa das negociações. Mas não será por aqui que o «Allgarve» se salvará, a ter em conta as declarações de António Pina.

«A minha perceção, independentemente do que o estudo disser, é que o Allgarve não serviu para trazer mais turistas, mas para animar os que já estavam», disse, à margem da sessão. Durante a sua comunicação, António Pina admitiu já ter «algumas ideias» do resultado do estudo, mas que não teve ainda acesso a todas as conclusões.

ERTA já tem modelo pensado, baseado em eventos regionais

A direção da ERTA , que convocou os jornalistas no seguimento de uma reunião mantida na terça-feira, parece conformada com o final do modelo «Allgarve» e já tem na mão um modelo de animação para apresentar à Secretaria de Estado do Turismo. De resto, Augusto Miranda, coordenador do programa nos últimos dois anos e a sua equipa já cessaram funções, sem que tenham sido designados substitutos.

«Queremos construir um modelo baseado na prata da casa. Juntar os eventos que as autarquias já fazem, o programa da Orquestra do Algarve, dos conservatórios e de outros agentes culturais. Tentaremos construir um programa de cariz regional e colocar alguma verba para a sua promoção», explicou António Pina.

Essa verba, terá mesmo de ser adicional ao Orçamento da ERTA, já que o que sobrará em 2012 depois de pagas todas as despesas correntes será «pouco mais de cem mil euros». «Preciso de muito mais que isso para a promoção, pelo menos 600 ou 700 mil euros», avisou António Pina.

A este programa, a que a ERTA se propõe acrescentar «visibilidade», tentar-se-á juntar «dois ou três grandes eventos».

Quando questionado se isso não era um regresso ao passado, «ao tempo da animação feita pelos ranchos folclóricos», citando o jornalista, o presidente da ERTA encolheu os ombros, em sinal de impotência e resignação.

«Com a situação financeira que o país atravessa, temos de aguentar. Ou ficávamos calados e não tínhamos nada, ou  lutamos para ter alguma coisa, que é o que vamos fazer», assegurou.

sulinformacao

Também poderá gostar

Sul Informação

Algarve com 20 nomeações para “óscares” dos Publituris Travel Awards

São, ao todo, 20 nomeações de um total de 49, entre elas a de

Sul Informação

Algarve com (muito) menos britânicos, mas com mais alemães em Julho

Vieram (muito) menos britânicos para o Algarve em Julho de 2017 que no mesmo

Sul Informação

Primeira pedra do resort de luxo da Quinta da Ombria é colocada a 25 de Agosto

A primeira pedra do futuro Ombria Resort, complexo turístico a ser construído na antiga