Please ensure Javascript is enabled for purposes of website accessibility

O empresário Aprígio Santos acaba de ser condenado a dois anos de prisão, com pena suspensa, por crime ambiental e desobediências repetidas na Ria de Alvor, em sentença proferida pelo Tribunal Criminal de Portimão.

O empresário, enquanto administrador da empresa Butwell Trading, Serviços e Investimentos SA, proprietária da Quinta da Rocha, no coração da Ria de Alvor, foi ainda condenado ao pagamento de uma multa, a pagar em seis meses, de 150 mil euros, que deverá reverter a favor da Associação Almargem.

O caso remonta a 2006, quando a 13 de março a Associação A Rocha, que tem sede na Ria de Alvor, fez a primeira denúncia às autoridades sobre a destruição, por parte de máquinas ao serviço da Butwell, de vastas áreas de sapal e de outro coberto vegetal na Quinta da Rocha, zonas sob a alçada da Rede Natura pela importância dos seus habitats.

Apesar das denúncias, que se sucederam, e da instauração de pelo menos nove processos de contra-ordenação por parte da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional, os proprietários da Quinta da Rocha continuaram a fazer trabalhos de lavra, gradagem e arranque de vegetação, alterando vastas áreas da propriedade.

Uma dessas lavras até estava a ser feita ao fim da tarde de um dia de novembro de 2007 quando dirigentes da Associação A Rocha e da Liga para a Proteção da Natureza faziam uma visita ao local, acompanhados por altos responsáveis do Instituto de Conservação da Natureza – o diretor do Departamento de Gestão das Áreas Classificadas do Sul João Alves e pela diretora do Departamento de Áreas Classificadas das Zonas Húmidas Maria João Burnay -, que logo ali testemunharam os trabalhos ilegais em curso.

Foram estas sucessivas desobediências aos embargos dos trabalhos e à providência cautelar entretanto aceite pelo Tribunal Administrativo de Loulé que levaram o Ministério Público a instaurar dois processos-crime, um contra Aprígio Santos enquanto administrador da Butwell, outro contra a empresa em si. A decisão de 1ª instância agora conhecida tem a ver com o primeiro processo.

Há ainda outro processo a correr contra a Butwell, no Tribunal Administrativo e Fiscal de Loulé.

O Sul Informação está agora a tentar contactar com Aprígio Santos ou com os seus representantes, para saber qual a sua reação a esta condenação em tribunal e para saber se pretendem ou não apresentar recurso.

A empresa Butwell chegou a apresentar, para a Quinta da Rocha, um projeto de desenvolvimento a que chamou de «turismo agro-ambiental».

O projeto incluía, nomeadamente, a recuperação dos apoios à agricultura, assim como das 18 casas alegadamente existentes nos 200 hectares da propriedade, sendo equacionada a relocalização de algumas delas. No total, seriam cerca de 5 mil metros quadrados de construção.

Previa-se ainda reativar as antigas salinas, há muito transformadas em sapais, e instalar pisciculturas extensivas, nas zonas húmidas da propriedade. Este projeto, em especial, teve desde logo a oposição dos viveiristas de bivalves da Ria de Alvor, preocupados com os efeitos de eventual poluição causada pelas pisciculturas.

sulinformacao

Também poderá gostar

Janeiras em Portimão

Portimão vai cantar as Janeiras e não faltará bolo rei e jeropiga

As Janeiras vão soar na alameda da Praça da República, em Portimão, no sábado,

Sul Informação

Portimão volta a ter Subcomissão Permanente para avaliar e acompanhar o risco de incêndio

Portimão tem, mais uma vez, uma Subcomissão Permanente para avaliar e acompanhar o risco

Sul Informação

Área Desportiva da Praia da Rocha ganha academia de futevólei e recupera campo de basquetebol

Uma academia de futevólei, que funcionará às 18h00 de terças e quintas-feiras, e a