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Poupar energia nas ilhas-barreira da Ria Formosa situadas em Faro e Olhão vai ser mais fácil já a partir do Verão. A empresa EDP prepara-se para instalar contadores de última geração nas ilhas da Culatra e Armona, aparelhos que permitem uma monitorização em tempo real pelo consumidor e controlo remoto de muitos elementos da rede pelo fornecedor do serviço.

A expansão da rede inteligente Inovgrid para estas ilhas-barreira foi esta segunda-feira anunciada na Câmara de Faro e vai chegar a cerca de 1200 lares. A instalação da chamada EDP Box é gratuita para o consumidor e representa um investimento para a empresa energética portuguesa de «150 euros por cliente».

Na prática, a EDP vai «substituir os velhos contadores pela EDP Box», um terminal tecnologicamente mais avançado e que tem diversas valências que os que se encontram hoje na larga maioria dos lares portugueses não têm, revelou o presidente da EDP Distribuição João Torres, numa sessão que teve lugar esta segunda-feira em Faro. Permitem, desde logo, leituras em tempo real e controlo de consumos.

«Os clientes, por um lado, têm acesso à informação do consumo que estão a ter. Por outro, a fatura reflete o consumo real e não é baseado em estimativas, como acontecia até agora. Ao mesmo tempo, serviços como a alteração de potência e outros podem ser feitos de forma remota», referiu.

Do ponto de vista do consumidor, estes contadores permitem ter um maior controlo sobre os gastos e, dessa, forma, levar a poupanças no montante a pagar no final de cada mês. A EDP também beneficia, já que as deslocações ao local são substancialmente reduzidas, algo ainda mais interessante por se tratar de locais de acesso mais difícil.

As EDP Boxes também são úteis na hora de resolver avarias na rede. A monitorização, na atual rede da EDP, «é feita essencialmente ao nível da média tensão», o que permite perceber a zona onde há avaria, mas nem sempre o local exato. «Com estas caixas, o cliente, por telefone, pode ficar a saber se a avaria é só em sua casa ou na sua rua», disse João Torres.

Esta é uma rede em fase de expansão, que já teve diversas iniciativas de teste em todo o país, incluindo um bairro de Olhão. O seu lançamento teve lugar em Évora, em 2010, onde já estão inseridas, nesta rede inteligente, 30 mil casas, de um universo de pouco mais de 32 mil.

Na capital do Alto Alentejo, já há, inclusivamente, números que sustentam as potencialidades da Inovgrid na promoção de consumos mais responsáveis. Num ano, a média de consumo entre os habitantes de Évora baixou cerca de 3,9 por cento. Em Olhão e Faro, a EDP estima conseguir reduzir o consumo «entre 3,9 e 6 por cento».

«Acreditamos que o ambiente que se criou em Évora, de preocupação com a poupança de energia, pode ser replicado no resto do país», considerou o presidente da EDP Distribuição. A Inovgrid irá ser alargada a todo o país progressivamente, mas por fases, para garantir a estabilidade da rede.

Segundo a EDP, em 2011 «a rede Inovgrid foi selecionada pela União Europeia e pela Eurelectric como um caso de estudo de redes inteligente s de energia, entre mais de 260 projetos a nível europeu», o que faz dele «um projeto de referência».

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