“É inadmissível que o Governo ainda não tenha tomado nenhuma decisão sobre o prolongamento das isenções e descontos nas ex-SCUT”, disse hoje o deputado algarvio do PS Miguel Freitas, que criticou o executivo por não ter respondido a nenhuma das perguntas apresentadas nos últimos seis meses pelo Partido Socialista na Assembleia da República, relativamente a esta matéria.
“O Governo mantém um silêncio absoluto sobre esta questão, com total conivência da maioria PSD/CDS, que bloqueia as iniciativas para ouvir o Governo, mas não podemos permitir que este jogo de cumplicidades prossiga com prejuízo para os utentes, pois faltam apenas dez dias para o fim desta modalidade de pagamento e nada sabemos sobre as intenções do executivo”, denuncia Miguel Freitas, para reiterar a posição do PS relativamente à necessidade de prolongamento das isenções e descontos em todas as ex-SCUT, como a Via do Infante.
Falando em nome do partido aos órgãos de Comunicação Social, na Assembleia da República, o parlamentar sublinhou que, para o PS, é fundamental uma decisão do Governo no sentido de prolongar a discriminação positiva em todas as ex-SCUT, pois até hoje mantêm-se inalteradas todas as condições que levaram à implementação desta medida destinada a residentes e empresas e as portagens têm-se revelado um forte constrangimento às economias locais.
“Muitas destas SCUT são as autoestradas mais caras do País, o que naturalmente reforça a necessidade de se rever também o tarifário e de aplicar modalidades mais justas nas regiões desfavorecidas, ou sem sistema de transporte alternativo”, frisou Miguel Freitas.
O deputado apontou como exemplo a região algarvia, onde, face ao “abandono da Via do Infante, por parte da esmagadora maioria dos automobilistas”, a EN 125 ficou sem capacidade de resposta ao atual volume de tráfego, situação que deverá agravar-se significativamente durante os meses de Verão.
O deputado do PS criticou ainda o executivo pelo atraso na implementação da nova modalidade de pagamento junto das fronteiras portuguesas, anunciada na Cimeira Luso-Espanhola, de forma a evitar “a triste imagem registada durante o período da Páscoa”, nomeadamente no Algarve, onde as dificuldades encontradas pelos turistas espanhóis para procederem ao pagamento das portagens originou longas filas de automóveis na fronteira entre Castro Marim e Ayamonte (Espanha).
“Estamos na segunda quinzena de junho, os novos dispositivos ainda não estão instalados e ninguém explicou exatamente em que medida vai facilitar a vida dos automobilistas, particularmente dos emigrantes e estrangeiros que visitam Portugal”, frisou Miguel Freitas, para defender mais uma vez o reforço da informação sobre as modalidades de pagamento junto dos turistas e imigrantes, de forma a evitar situações semelhantes às registadas na Páscoa.
“É urgente que o Governo decida e implemente todas as modalidades de pagamento nas ex-Scuts e reforce toda a informação, particularmente junto dos automobilistas que chegam a Portugal, via Espanha”, concluiu Miguel Freitas.