Tavira vai ter uma incubadora de empresas de base tecnológica, em colaboração com o New Jersey Institute of Technology (NJIT). Esta foi a principal novidade apresentada esta terça-feira, no lançamento da nova imagem corporativa e objetivos da EMPET, a empresa municipal tavirense de Parques Empresariais.
Paulo Bernardo, coordenador da futura incubadora e diretor no Algarve da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), revelou ao Sul Informação que até já há «conversações» com empresas em concreto, nomeadamente uma empresa ligada à formação de pilotos de aviação, que poderá vir a instalar-se no Parque Empresarial de Tavira.
A ideia é promover a «Tavira como um hub para fazer a ligação entre o passado, através dos países emergentes como o Brasil, a China, a Índia, ou mesmo os países árabes e os Estados Unidos, com os quais Tavira e o Algarve já tiveram grandes relações no passado, e o tempo presente, em que podemos ser a porta para entrar na Europa e até para potenciar as trocas entre esses países», explicou Paulo Bernardo.
Depois da deslocação de uma delegação da Câmara de Tavira e da EMPET aos Estados Unidos, em abril, a convite do embaixador americano Allan Katz, para estabelecer as primeiras bases de cooperação, no dia 6 de julho haverá na cidade algarvia a assinatura do protocolo entre o Município, a EMPET e o NJIT.
Para esse mesmo dia está marcada a primeira conferência do ciclo «Ativar Tavira», que contará com as participações, entre outros, da vice-reitora do New Jersey Institute of Technology (Judith Sheft), do reitor da Universidade do Algarve (João Guerreiro) e ainda do presidente do Instituto Andaluz de Tecnologia (José Luis Calvo).
Estes serão os primeiros passos concretos para dar corpo à incubadora de empresas a instalar em Tavira. «Queremos atrair para aqui startups, empresas inovadoras, de base tecnológica, muitas vezes resultantes de ideias de negócio nascidas nas universidades», explicou João Pedro Rodrigues, presidente do conselho de administração da EMPET.
«Será feito um protocolo com a incubadora de empresas do NJIT, que prevê a partilha de espaço e de conhecimento entre os dois lados do Atlântico», acrescentou, por seu lado, Paulo Bernardo. Este responsável revelou ainda que já «surgiram contactos de empresas americanas, nomeadamente de New Jersey e da Florida, com intenção de se fixarem aqui, olhando Portugal como uma porta de entrada na Europa».
A incubadora, disse também, destina-se a atrair e acolher empresas de base tecnológica, associadas à indústria, nomeadamente nas áreas da náutica, da aeronáutica e do agro-alimentar.
Jorge Botelho, presidente da Câmara de Tavira, salientou, em declarações ao Sul Informação, que «hoje, para atrairmos novos negócios, temos de sair das nossas fronteiras. Não vale a pena esperar que nos venham bater à porta. Hoje é tempo de sermos rápidos, de irmos ao encontro dos investidores, seja lá onde eles estiverem».
O autarca explicou que os responsáveis pelo NJIT virão ao Algarve na sequência de uma apresentação que farão dias antes em Montpellier (França). «Vêm cá de propósito para a assinatura do protocolo e para a conferência».
«Este Instituto tem como um dos seus pontos fortes o facto de integrar como startups, na sua incubadora, empresas de alunos que saem da universidade. É o que gostaríamos de fazer cá», assegurou Jorge Botelho.
Tavira dá cria condições para atrair empresas
«O que precisamos em Tavira é de empresas empreendedoras, visionárias, inovadoras. Pela nossa parte, estamos a criar todas as condições para que as empresas aqui se instalem», garantiu o autarca.
Entre essas condições, o presidente da Câmara refere «os licenciamentos rápidos para as áreas empresariais», em «menos de 20 dias» e a «abolição da derrama em Tavira». «Quando cá chegámos em 2009, havia taxas máximas em tudo. Mas temos vindo a diminuir e, no próximo orçamento, queremos mesmo abolir a derrama, de modo a afirmar Tavira neste quadro de competitividade regional, nacional e mesmo internacional».
O autarca revelou ainda que está em preparação a «redução em 50% das taxas de ligação de águas e esgotos, através da empresa municipal Tavira Verde», bem como a redução de outras taxas aplicáveis às empresas.
«O que queremos é fazer de Tavira uma terra amiga dos investidores!», garantiu Jorge Botelho.
«Não é o executivo que cria empregos, mas cabe ao executivo criar as condições para as empresas criarem emprego. Tavira e o Algarve não podem funcionar apenas dois ou três meses por ano. Tavira tem que dar todo o ano. E, para isso, temos que apostar em novos setores, em novas áreas de negócio, como a das tecnologias de informação e outras, muito ligadas à inovação. O Algarve tem um excelente clima, tem qualidade de vida, tem praias, campos de golfe, vida cultural. Precisa agora de atrair empresas e empresários que aqui invistam e produzam riqueza ao longo do ano todo. Queremos associar-nos aos empresários mais dinâmicos que tragam valor acrescentado», explicou ainda o autarca.
«É um desafio feito à nossa escala, mas com ambição», concluiu.
Veja aqui o vídeo promocional do Parque Empresarial de Tavira: