O Sistema Informático do Hospital de Faro esteve em baixo durante cerca de uma semana e o problema só deverá estar totalmente resolvido na próxima segunda-feira. Apesar de o problema ter afetado a base de dados da unidade hospitalar, esta foi «totalmente recuperada» e situação até motivou uma renovação completa do sistema «em apenas três dias».
A notícia foi avançada esta sexta-feira pela Rádio TSF e confirmada ao Sul Informação pelo administrador do Hospital de Faro Pedro Nunes. Segundo o responsável máximo pela unidade de saúde farense, o sistema informático em si já foi reinstalado e funciona em pleno desde quarta-feira e vai proceder-se agora à introdução da base de dados, entretanto recuperada, nos novos servidores.
A situação causou distúrbios na operação do Hospital, que se traduziram em atrasos nas consultas e alguns adiamentos no atendimento a doentes. «No primeiro dia, meia dúzia de consultas tiveram de ser remarcadas para o dia seguinte», referiu.
Segundo descreveu Pedro Nunes, apesar do Hospital de Faro ter um sistema redundante, «havia um ponto de encontro, onde se deu a avaria». Era neste servidor que se avariou que se encontrava «alojado o núcleo da base de dados».
Isso levou a que o hospital fosse obrigado a enviar o disco rígido para Lisboa, para ser recuperado. Depois da primeira empresa se ter mostrado incapaz de recuperar a informação, o servidor foi enviado para Espanha, onde foi possível «recuperar toda a informação».
Uma situação que não se voltará a repetir, já que esta avaria serviu «de lição». «A partir de segunda-feira teremos dois sistemas paralelos», anunciou. Ainda assim, frisou, a avaria que aconteceu era «pouco provável» e não tinha acontecido «em vinte anos» em que o sistema do Hospital de Faro está informatizado.
O sistema informático foi refeito em três dias «como se começássemos um hospital do zero» e, para já, não teve «custos significativos». «Ainda teremos de avaliar quanto vai custar a manutenção dos dois sistemas em paralelo, mas estou certo que arranjaremos uma solução dentro de um preço razoável», acrescentou o administrador do Hospital de Faro.
Apesar de não haver consequências para o futuro, no que a informação diz respeito, a situação causou alguns incómodos e obrigou os profissionais do Hospital de Faro a adaptar-se e a ter «muito mais trabalho que o habitual».
«De um momento para o outro, transformámos um Hospital do século XXI, totalmente informatizado, num hospital à antiga», ilustrou Pedro Nunes. Ou seja, o que antes era feito com recursos a computadores, teve de ser feito à mão e com recurso a registos escritos em papel.
«Por exemplo, se viesse ao hospital à procura de um doente, o segurança em vez de procurar o nome da pessoa no computador teria de o procurar num daqueles livros grandes. Mas ia dar com a pessoa à mesma», explicou.
A dependência de uma unidade de saúde moderna do seu sistema informático vai mais longe do que registos de consultas ou mesmo historial clínico de pacientes. «Também foi necessário fazer as listagens de comida em papel, mas tudo se resolveu», referiu, elogiando a dedicação dos profissionais de saúde do Hospital de Faro.