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A recente proposta de delimitação dos concelhos de Faro e Loulé aprovada na passada sexta-feira em Assembleia Municipal nos dois concelhos, está a levar a uma troca de acusações entre as concelhias do PSD e do PS de Faro.

Os sociais-democratas, em comunicado, criticam a «conduta lamentável» durante o processo dos socialistas farenses.

O PSD diz que «os socialistas, que se haviam comprometido inicialmente com a solução proposta pelo PSD, e que em nenhum momento apresentaram qualquer ideia ou alteração, trocaram de posição à última hora, sem qualquer razão para tal, com o objetivo de adiar para nunca a resolução do problema e impedir o PSD de cumprir uma aspiração centenária dos farenses».

Para os sociais-democratas, o objetivo seria «obter dividendos eleitorais à custa de uma promessa que assim não seria cumprida».

No comunicado, assinado por Cristóvão Norte, líder da concelhia social-democrata farense, é ainda dito que «o PS nunca esteve contra a proposta, esteve sempre contra o facto de ser uma proposta que não era da sua autoria, ignorando dolosamente as necessidades e interesses das populações afetadas há mais de cem anos pela indefinição territorial».

No entanto, o comunicado do PSD não ficou sem resposta do PS. Os socialistas realçam que «quem define o sentido de responsabilidade e de orientação política do PS são os socialistas e não o PSD ou o Eng. Macário Correia» e explicam, sobre a proposta de delimitação do concelho, que «o Partido Socialista de Faro é, sempre foi, favorável à resolução da zona de indefinição dos concelhos de Faro e de Loulé, nomeadamente nas zonas de Mata Lobos e do Arneiro, mas entende que uma solução para esta questão não pode criar outro problema no Montenegro, razão pela qual nos últimos quinze dias apelamos insistentemente para que este ponto não fosse apressadamente agendado».

Os socialistas alegam que a «proposta apresentada pela Câmara implica a entrega ao Município de Loulé de 200 hectares do território de Montenegro, que nunca foi considerado zona de indefinição» e que «esta proposta foi reprovada por unanimidade pela Assembleia de Freguesia de Montenegro, onde a coligação de direita dispõe de maioria, pelo que não é possível, nem lícito fazer desta uma questão partidária».

O Partido Socialista entende «que em matéria de limites de freguesias e de concelhos devem os mesmos ser tratados de forma consensual. Havendo um órgão autárquico que por unanimidade rejeitou a proposta, deveria a Câmara Municipal ter retirado o ponto da Assembleia Municipal para ouvir os argumentos da Freguesia e das populações de Montenegro e iluminar as zonas cinzentas da sua proposta».

Para o PS, o executivo composto pela coligação PSD/CDS-PP, ao não ter retirado o ponto da Assembleia Municipal na passada sexta-feira, como foi proposto pelo PS, BE e PCP, «desprezou a freguesia e as populações de Montenegro e desrespeitou o primado democrático da conciliação de posições, querendo, como é infelizmente habitual, impor a sua vontade à força».

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