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O ministro da Administração Interna atribuiu hoje, por despacho, a avaliação aos incêndios ocorridos no Algarve, em finais de julho, a um especialista independente. A avaliação terá de estar pronta e entregue ao Governo até ao final de setembro.

O despacho do ministro Miguel Macedo atribui a coordenação do trabalho a Domingos Xavier Viegas, investigador e docente da Universidade de Coimbra, presidente da Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial e responsável pelo Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais da Lousã.

Nos termos do despacho ministerial, Domingos Xavier Viegas poderá recorrer à colaboração de peritos nacionais e estrangeiros.

Desta forma, Miguel Macedo retira a questão das mãos da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), que, na sexta-feira, tinha entregado um relatório sobre o incêndio que, entre 18 e 21 de julho, destruiu mais de 26 mil hectares na Serra do Caldeirão, nos concelhos de Tavira e São Brás de Alportel.

No entanto, nesse relatório, a ANPC não retirava quaisquer conclusões, nem apontava responsabilidades, uma tarefa que agora ficará a cargo do especialista, já que o ministro determina que a avaliação «agora solicitada incida sobre todos os aspetos daquela ocorrência e formule recomendações e eventuais medidas corretivas a adotar no futuro».

Segundo a Antena1, o despacho de Miguel Macedo determina que a ANPC terá de disponibilizar toda a informação que será necessária ao especialista para avaliar o que se passou no incêndio, assim como permitir o contacto com «todos os intervenientes e envolvidos» nesta ocorrência.

Também a Liga dos Bombeiros Portugueses entregou em mãos ao Ministério da Administração Interna um relatório sobre o incêndio, documento que, de acordo com aquela rádio, aponta falhas graves na coordenação do combate ao fogo.

O relatório do LBP, feito por iniciativa própria e com base em testemunhos de operacionais envolvidos, autarcas e outros agentes, conclui, por exemplo, que «se verificou um total descontrolo nas primeiras 34 horas».

Conclui ainda que «os meios enviados para o teatro de operações não seguiram qualquer plano estratégico», ao mesmo tempo que «a estrutura distrital da ANPC não conseguiu avaliar e antecipar-se à progressão» do incêndio da Serra do Caldeirão. No fundo, diz o relatório da LPB, faltaram estratégias para evitar o pior.

Agora, o que o ministro Miguel Macedo quer de Domingos Xavier Viegas são conclusões concretas, propostas e sugestões para alterar e melhorar, de modo a evitar a repetição do cenário que se viveu no Algarve.

 

 

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