O PSD/Faro veio a público congratular-se com a aprovação da candidatura de Faro ao Plano de Apoio à Economia Local (PAEL), na Assembleia Municipal de Faro da passada semana, numa posição onde não faltaram críticas à anterior gestão do PS. A proposta foi aprovada com votos a favor da coligação PSD/CDS/MPT no poder e do PS, mas as razões apresentadas pelos partidos para o seu sentido de voto é bem diferente.
Os social-democratas consideram, num comunicado, que esta é uma boa oportunidade para pagar dívidas que, «infelizmente, se foram acumulando no decurso da última década», mas o PS, que também enviou a sua declaração de voto às redações, diz ter «sérias reservas quanto a algumas questões técnicas e de sustentabilidade do próprio modelo financeiro».
E se o PSD elogia «a celeridade e a agilidade com que o Executivo colocou esta candidatura em marcha», o PS questionou «reduzidíssimo tempo disponível para análise dos documentos» que, alegam os socialistas, «não favoreceu ou possibilitou o mínimo esclarecimento».
O PAEL vai permitir à Câmara de Faro pagar 24 milhões de euros em dívidas de curto prazo vencidas há mais de 90 dias, o que corresponde «a mais de 14 mil faturas». Metade deste valor destina-se a empresas do concelho, garantiu o presidente da Câmara de Faro Macário Correia, na AM da passada quinta-feira.
Assinalando «a postura responsável assumida pela bancada socialista», os social-democratas consideram que «o PS dá assim a mão à palmatória e reconhece o estado de penúria em que deixou a autarquia».
O voto positivo do PS é, para o PSD, um reconhecimento que «afinal o Município não só carecia de um plano de reequilíbrio financeiro (algo que constante e veementemente foi desmentido pelos seus responsáveis), como estava mesmo necessitado de uma injeção de capital urgente para fazer face aos constrangimentos causados por mais de uma década de más contas».
Visão diferente têm os socialistas, que garantiram logo após a votação, na sua declaração, que votaram a favor da candidatura ao PAEL «conscientes de que esta é a única possibilidade que o atual Governo concede aos municípios para pagarem as dívidas vencidas aos seus fornecedores».
O PS disse ainda ter tido em conta «o falhanço da estratégia financeira da atual maioria de direita na Câmara Municipal de Faro, assente numa proposta eleitoral de Reequilíbrio Financeiro, que depois de ter chegado a ser aprovada pela Assembleia Municipal de Faro nunca chegou a ser colocada em prática, devido à gestão eleitoral que foi sendo feita pelo presidente do Executivo, que conscientemente foi atrasando a sua efetivação, até ao ponto da mesma não ser mais possível de realizar em virtude do agravamento da crise financeira».