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O PSD/Algarve considera que «o ditado popular “faz o que eu digo, não faças o que eu faço” assenta que nem uma luva à postura dos deputados do Partido Socialista eleitos pelo Algarve sobre o projeto turístico da Praia Grande, Silves».

Em comunicado, os social-democratas algarvios criticam que os parlamentares socialistas Miguel Freitas e João Soares só «com algumas semanas de atraso relativamente à iniciativa do governo de solicitar à Agência Portuguesa do Ambiente um parecer sobre a sujeição do empreendimento a estudo de impacto ambiental, ainda que a lei a isso não obrigue», tenham vindo a público dizer que «impõe-se um esclarecimento quanto à existência de um verdadeiro compromisso por parte do Governo para com este projeto, tendo em conta a necessidade de serem asseguradas todas as condições de salvaguarda ambiental naquela zona».

O PSD/Algarve contesta que «os deputados eleitos pelo PS pretendam subitamente aparecer aos olhos dos algarvios vestidos de ambientalistas convictos e primeiros defensores da Lagoa dos Salgados quando o desenvolvimento do plano de pormenor que legitima o empreendimento remonta aos tempos da governação do Eng.º José Sócrates».

Por outro lado, salienta a Distrital social-democrata, «não nos lembramos de que alguma vez tenham [os parlamentares do PS] manifestado qualquer preocupação nesse sentido».

O PSD recorda mesmo, no seu comunicado, que o Plano de Pormenor da Praia Grande foi aprovado em 2007 e «até essa altura o PS teve a oportunidade de promover a classificação da Lagoa dos Salgados como área protegida e integrada da Rede Natura 2000. No entanto, nada fez nesse sentido».

«Não seria antes de exigir aos deputados do PS que nos esclarecessem sobre quais as razões de nunca terem tomado a iniciativa de obter para a Lagoa dos Salgados o estatuto de área protegida?», interrogam os social-democratas.

É que, consideram, «mais uma vez fica demonstrado que o PS apresenta-se aos algarvios com duas faces»: enquanto Governo «nunca lhe pareceu que o equilíbrio ambiental da Lagoa dos Salgados estivesse ameaçado pelo aparecimento de um empreendimento que não está legalmente sujeito a estudo de impacte ambiental. Na oposição, apesar de saber que o atual governo já o tinha feito, toma a iniciativa populista de exigir a outros aquilo que nunca impôs a si mesmo».

«Esperava-se maior sensatez do maior partido da oposição», diz ainda o PSD.

O PSD/Algarve, que afirma ir continuar a acompanhar o processo sem «alarmismos demagógicos», saúda «a iniciativa do governo de querer sujeitar o projeto a um estudo de impacte ambiental, o qual foi igualmente recomendado pelo conjunto dos grupos parlamentares do PSD e CDS/PP na Assembleia da República durante o mês de novembro».

Apesar desta alegada intenção do Governo, que, através do secretário de Estado do Ambiente e do Ordenamento do Território pediu à APA um parecer sobre a «pertinência» de realizar um estudo de impacte ambiental, a verdade é que não há ainda uma decisão sobre se o EIA avança ou não.

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