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Desidério Silva, presidente da direção do Turismo do Algarve, manifestou hoje, em comunicado, a sua «discordância» face à «possibilidade» de Rali de Portugal mudar, «no próximo ano, a sua base para o Norte de Portugal», salientando que tudo fará para evitar essa situação.

Sublinhando que só soube da notícia «através dos órgãos de comunicação social», aquele responsável adiantou que «a disponibilidade do Turismo do Algarve e do Turismo de Portugal para manter o rali na região é unânime, face aos contactos já hoje mantidos com o presidente do Turismo de Portugal».

A três dias do começo da edição de 2013 da prova, Desidério Silva reiterou também «a disponibilidade do Turismo do Algarve em concertar com os agentes locais, em particular com os municípios da região, a criação das condições para a continuação do rali no Algarve».

O presidente da Entidade Regional de Turismo algarvia salienta igualmente que «o Rally de Portugal é um dos mais importantes acontecimentos desportivos do País e com um retorno económico muito importante para o Algarve nos últimos cinco anos».

Além disso, sublinha no seu comunicado, «o fator segurança, as acessibilidades e a logística da prova [no Algarve] sempre foram consideradas como a parte mais importante do sucesso internacional do rali».

A prova, antes de vir para o Algarve e Baixo Alentejo, em 2006, realizava-se no Norte do país, até que saiu do calendário mundial devido a problemas de segurança. Só a sua organização no Sul do país, que garantiu melhores condições e mais segurança, conseguiu fazer com que, em 2007, a prova portuguesa regressasse ao Mundial de Ralis (WRC), a mais importante competição da categoria.

Desidério Silva acrescenta que «a realização no Algarve do Rally de Portugal é um fator de crescimento da economia regional e de criação de emprego, especialmente nesta altura do ano onde todos temos de fazer um esforço no combate à sazonalidade da procura turística pelo destino».

«Neste contexto, enquanto presidente da direção do Turismo do Algarve, tudo farei junto da organização do Rally de Portugal e de outras entidades públicas e privadas para que o mesmo não saia da região e seja claramente um projeto para vários anos», conclui.

Segundo foi noticiado este fim de semana, o regresso ao Centro/Norte da prova terá a ver com uma exigência da Federação Internacional do Automóvel (FIA), que quer a mudança do rali para onde haja espetadores.

No sábado, Jean Todt, presidente da FIA, esteve em Portugal para assistir ao Fafe Rally Sprint, evento realizado no âmbito do programa do Rali de Portugal.

A escassez de público na região do Baixo Alentejo e do Algarve desde que a prova regressou, em 2007, ao calendário do Mundial, tem sido apontada como ponto negativo. Um parâmetro que ganhou mais importância quando, no ano passado, a antiga piloto Michèle Mouton, enquanto manager do Mundial de Ralis, esteve em Fafe a assistir ao Rally Sprint e ficou impressionada com a moldura humana.

Por isso, já em 2014, o centro nevrálgico da prova será na área do Grande Porto (talvez até na cidade do Porto), com as classificativas a desenvolver-se na região de Arganil e no Minho.

A edição de 2013 do Rally de Portugal disputa-se já esta semana, de 11 a 14 de abril, nas classificativas do Algarve e Baixo Alentejo.

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