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Uma equipa de astrónomos, da qual faz parte Alexandre Santerne do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto, combinou dados do satélite Kepler com os dos espectrógrafos SOPHIE e HARPS-N, conseguindo assim uma caracterização muito precisa de dois planetas.

Os exoplanetas KOI-200 b e KOI-889 b foram detetados pelo satélite Kepler (NASA), que já identificou mais de 2000 potenciais estrelas onde podem ocorrer trânsitos planetários.

Os dados do Kepler foram posteriormente confirmadas e analisadas pelo método das velocidades radiais, com os espectrógrafos SOPHIE e o recém-inaugurado HARPS-N, o irmão do hemisfério Norte do mais prolífico detetor de planetas até à data, o HARPS (ESO).

Segundo Alexandre Santerne, do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP), “O espectrógrafo SOPHIE já desempenhava um papel importante, ao verificar e determinar as características dos planetas gigantes detetados pelo Kepler, como a massa. Com o HARPS-N, que tem uma resolução superior, esperamos fazer o mesmo para exoplanetas mais pequenos, talvez até do tamanho da Terra”.

Esquema das órbitas do KOI-200 b (esquerda) e KOI-988 b (direita). Imagem: CNRS/Ricardo Cardoso Reis (CAUP)

Com as observações conjuntas destes instrumentos, foi possível caracterizar com bastante precisão estes dois exoplanetas:

– O KOI-200 b tem uma massa 1,32 vezes a de Júpiter, mas apenas 68% da seu raio, ou seja, é pouco denso. Este planeta orbita em volta de uma estrela, cerca de 1,5 maior que o Sol, em apenas 7,34 dias.

– Já o KOI-889 b é mais denso, com cerca de 10 vezes a massa de Júpiter, concentrada num diâmetro praticamente igual ao do maior planeta do Sistema Solar. Demora quase 9 dias a completar a sua órbita, em volta de uma estrela com 88% do tamanho (e da massa) do Sol.

Este último planeta é dos mais massivos descobertos até hoje com o método de trânsito, e também dos que têm uma órbita mais excêntrica. Santerne comentou que “mesmo que só existissem Júpiteres Quentes, como as centenas que já conhecemos, estes dois destacam-se por terem órbitas muito excêntricas, o que é relativamente raro em planetas de períodos tão curtos. Eu prefiro pensar nestes dois planetas como mais dois tijolos na parede do nosso conhecimento sobre sistemas planetários, e quanto maior for essa parede, mais vamos compreender a formação e evolução de planetas”.

 

Autor: Ricardo Cardoso Reis (CAUP)
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

 

 

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