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O verão já partiu há muito, e com ele os morangos, as cerejas, a melancia, os pêssegos e todos aqueles frutos que trazem frescura aos dias quentes.

Talvez por serem quentes e nos aquecerem as mãos, quando pensamos em frutos de Outono, pensamos imediatamente nas castanhas – assadas e quentinhas – esquecendo que nesta época a Natureza também não poupa para nos presentear com algumas das suas melhores criações.

Assim, romãs, uvas, diospiros ajudam também a preencher o imaginário do outono, juntamente com as folhas que se vestem a rigor para esta estação. Mas e o medronho? O que aconteceu ao medronho para ter sido afastado desta imagem?

O medronho é o fruto do medronheiro (Arbutus unedo), um arbusto de copa redonda que gosta de climas suaves e que se adapta a zonas secas, sendo abundante na região mediterrânica. Em Portugal, podemos encontrar o medronheiro em quase todo o país, embora seja mais frequente no sul de Portugal, onde o medronho é muito utilizado para produzir a famosa aguardente de medronho.

O medronheiro tem a particularidade de florescer no outono, trazendo assim a esta época do ano ares de primavera, com as suas flores brancas e folhas sempre verdes. Outra característica que torna esta espécie especial é o facto de apresentar flor e fruto em simultâneo e, por isso, podemos saborear no outono os seus frutos vermelhos – uma espécie de morangos fora de época.

Desta forma, o medronheiro é uma árvore com um enorme potencial ornamental – da próxima vez que for passear a um jardim público, tente encontrar um medronheiro e dê-se ao luxo de parar para contemplar a beleza das suas cores, que alegram qualquer espaço nesta época.

No entanto, o seu potencial vai muito além de questões meramente estéticas. Para além de produzir aguardente, os seus frutos podem ser utilizados para produzir geleias, compotas ou podem ser consumidos frescos. Quando maduros, os medronhos contêm um elevado teor em antocianinas, o que faz com que este fruto apresente propriedades antioxidantes, além de ser rico em ácido ascórbico (vitamina C).

Para além dos frutos, também as folhas possuem propriedades antioxidantes e diuréticas, podendo ser utilizadas para fins medicinais.

Para terminar, e para o caso de estar já a sair de casa para ir apanhar e comer medronhos, saiba apenas que, quando consumidos em excesso, estes frutos podem causar alguns efeitos de embriaguez, uma vez que, dependendo do teor de açúcar, a fermentação pode ter início na própria árvore.

 

Autora: Maria de Fátima Pinto

Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

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