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Uma dalmácia do século XVI, em seda bordada a ouro, da Igreja de S. Pedro (Faro), uma naveta em concha e prata, da Sé de Faro, uma imagem de S. Pedro em mármore, da Igreja Matriz de Portimão, ou mesmo um “aureus” de Tibério, uma moeda de ouro romana «do tempo de Jesus». Estas são apenas algumas das peças preferidas do Padre Mário Sousa, pároco de Portimão, na exposição de arte sacra «Creio», que abre dia 25 de maio no Museu de Portimão.

A exposição vai mostrar «do melhor que há no Algarve», em termos de arte sacra, sendo mesmo a maior e mais completa mostra alguma vez promovida sobre esta temática na região. «Estará lá aquilo que os piratas não roubaram», acrescentou o Padre Mário, em declarações ao Sul Informação, recordando, por exemplo, a biblioteca do Bispo D. Jerónimo Osório, que foi roubada do Paço Episcopal de Faro no século XVII por Francis Drake, corsário inglês, e que hoje está em Oxford.

Mas como não vale a pena chorar sobre o leite derramado, a exposição «Creio» será inaugurada no dia 25 de maio, integrando o programa das comemorações do 5º aniversário do Museu.

A mostra reúne cerca de meia centena de valiosas peças de arte de diversas paróquias algarvias, abrangendo um período de 500 anos, que ilustram afirmações da fé católica, enquanto traduzem de igual forma a imaterialidade da fé e da cultura dos algarvios.

Óleos sobre madeira e tela, peças em ouro, prata e marfim, barro policromado, mármore, madeiras estofadas e policromadas, veludo e sedas bordadas, são algumas das preciosidades religiosas de toda a região que foram reunidas, com origens tão remotas como a Índia, o Japão, a Jordânia ou a Pérsia e que abarcam a arte sacra criada entre os séculos XV e XIX.

Esta exibição, que ficará patente no Museu de Portimão até 15 de setembro, é promovida com o objetivo de celebrar o Ano da Fé, decretado pelo Papa Bento XVI, e o Jubileu de Prata da ordenação episcopal do Bispo Emérito do Algarve, D. Manuel Madureira Dias.

Tela de Pentecostes, da Igreja Matriz de Pêra

Contribuem com peças dos seus acervos o Paço Episcopal de Faro, o Seminário de S. José da Diocese do Algarve, as Paróquias de Olhão, Marmelete, Porches, Cachopo, Aljezur, Sé de Faro, S. Pedro de Faro, Alvor, Moncarapacho, Silves, Ferragudo, S. Sebastião de Loulé, Pêra, Vila do Bispo, Santa Maria de Lagos, Portimão e a Ordem Terceira do Carmo (Faro), assim como José Paulo Costa.

A exposição resulta de uma parceria entre Município de Portimão, através do seu Museu, e a Paróquia da Matriz Portimão e pela primeira vez reúne um conjunto de peças de enorme valor artístico e religioso, para que estas sejam apresentadas ao público, de forma integrada num percurso expositivo.

José Gameiro, diretor do Museu de Portimão, acrescentou que a museografia e montagem da exposição está a cargo da equipa do museu. Além das sinergias entre Museu, Paróquia e Diocese, a exposição conta com alguns apoios de peso, como a da seguradora Lusitânia, que ofereceu o caro seguro, imprescindível para poder promover esta iniciativa e deslocar para Portimão todo o acervo.

«Trata-se de uma mostra pioneira, que pela primeira vez reúne um espólio desta dimensão e valor. Permite também ao Museu, que é eclético na sua relação com a sociedade, aproximar-se de uma área social ligada ao religioso e à arte sacra. Uma aproximação que começou no ano passado, quando colaborámos com a Paróquia na exposição “Do Eterno e do Nós” sobre o espólio de arte sacra da Matriz de Portimão, que teve lugar no Teatro Municipal de Portimão», sublinhou ainda aquele responsável.

«O património sacro no Algarve, seja por causa dos piratas, dos incêndios ou dos terramotos, não é dos mais ricos do país. Ao longo dos séculos tem vindo a ser depauperado, mas ainda assim é um património que é nosso e que há que mostrar», disse, por seu lado, o Padre Mário Sousa, não escondendo o seu entusiasmo por esta exposição.

A inauguração de «Creio» está marcada para as 15h00 de sábado, 25 de maio, e contará com a presença, entre outras individualidades, do Bispo do Algarve D. Manuel Neto Quintas.

Nesse mesmo dia assinala-se o 5º aniversário do Museu de Portimão, com um programa de iniciativas que integra também a Corrida Fotográfica, assim como se prevê a primeira mostra pública da “Aureus” de Faustina, do século II, uma outra moeda de ouro romana descoberta durante dragagens no Rio Arade e que assim regressa a Portimão, ao seu contexto original. A moeda passará a integrar o acervo do Museu de Portimão.

 

Corrigida: no dia 16 de maio, às 12h35, corrigindo o nome e o local da exposição anteriormente feita pelo Museu de Portimão em parceria com a Paróquia da Matriz de Portimão.

 

sulinformacao

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