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Castro Marim aderiu à Eurocidade que já juntava Ayamonte e Vila Real de Santo António, em cerimónia a 9 de Maio, uma data simbólica, já que coincidiu com o Dia da Europa.

A Eurocidade Ayamonte – Castro Marim – Vila Real de Santo António foi formalizada numa cerimónia que decorreu no Revelim de Santo António, com vista para o Guadiana, que deixou, definitivamente, de ser uma fronteira, para se tornar um ponto comum entre os três municípios, no âmbito desta parceria.

Esta foi a primeira Eurocidade criada no Sul da Península Ibérica e, poucos meses depois de nascer, já cresceu. Castro Marim passa, assim, a beneficiar da possibilidade de aceder a fundos comunitários específicos, através de candidaturas conjuntas, bem como contribuir e usufruir do acordo de permissão de uso de equipamentos e serviços do lado oposto da fronteira que uma Eurocidade pressupõe.

Na cerimónia que oficializou a adesão de castro Marim à Eurocidade, o presidente da Câmara local José Estevens salientou a importância da medida, por permitir «um conjunto de relações intensas e diversas, só possíveis se as oportunidades entretanto criadas forem devidamente aproveitadas».

«A população será beneficiada através dos conjuntos de projetos, ações e iniciativas e que Castro Marim estará disponível, com entusiasmo e vontade para tornar este projecto exequível», disse o autarca, segundo uma nota de imprensa da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento regional.

A CCDRA, através do seu presidente David Santos, lidera atualmente a EuroRegião Alentejo-Algarve-Andaluzia, uma parceria mais ampla, mas com objetivos semelhantes. Um deles é a dinamização do elo de ligação entre as três cidades e as três regiões, o Rio Guadiana, que deverá ser alvo de intervenções de desassoreamento ainda este ano, segundo já havia revelado David Santos em janeiro, precisamente no dia em que a Eurocidade Ayamonte – Vila Real de Santo António nasceu.

Na cerimónia da passada semana, o presidente da CCDRA considerou que «este alargamento favorece o desaparecimento da fronteira, favorecendo a gestão mútua de equipamentos e serviços existentes nestas duas cidades, melhorando assim a qualidade de vida dos seus cidadãos».

David Santos referiu ainda a necessidade de intervenção dos Estados português e espanhol para uma maior fluidez nos planos e estratégias traçadas para a Eurocidade do Guadiana, que poderá estar ligada à questão do Atum.

Da parte do Governo, representado na ocasião pelo secretário de Estado, fica a expetativa dos projetos que possam nascer no âmbito desta parceria. António Leitão Amaro considerou «gratificante saber que este projeto tem como base uma estratégia de partilha, numa altura em que as dificuldades alertam para a necessidade de aproveitamento dos recursos existentes».

Além da partilha de equipamentos e serviços, a Eurocidade que une o Algarve e a Andaluzia prevê a realização de eventos conjuntos, a promoção conjunta das cidades para o desenvolvimento no sector turístico, cultural, empresarial e patrimonial.

Uma das componentes práticas da parceira, e também aquela que trará benefícios mais diretos à população, será a criação do cartão Eurocidadão para os três municípios, «com regulamento próprio que estabelece os termos, as condições de acesso e a utilização do mesmo».

A promoção e a valorização dos recursos humanos nos diversos níveis de formação e de aprendizagem, a dinamização das ações das entidades com base nas infraestruturas e equipamentos existentes e a coordenação dos novos equipamentos e as futuras ações a realizar são outros objetivos.

 

A união faz ganhar dimensão

Os presidentes dos dois municípios que já constituíam a Eurocidade consideravam em janeiro que esta era uma forma de ganhar dimensão e unir os interesses de regiões com problemas semelhantes, ainda que em países diferentes, mensagem que a nova “aquisição” acaba por reforçar.

Para presidente de Câmara Municipal de Ayamonte António Javier Castillo, a adesão de Catsro Marim foi mais um passo em frente para o futuro, a intensificação de uma união existente. «Agora serão três os municípios a trabalhar em prol da população, uma cooperação que vai mais além-fronteiras», considerou, segundo a CCDRA.

Já o Presidente de Vila Real de St.º António Luís Gomes, considerou que este acordo tem uma ambição clara e objetiva de ser modelo de uma nova lógica de governação local municipal, que vai para além da jurisdição administrativa.

É, no fundo, «o unir esforços para uma melhor utilização dos recursos disponíveis, a partilha da educação, de equipamentos, até mesmo na valorização do turismo, uma vez que o número de camas aumenta com a união dos municípios», além de ser um fator de estimulo do emprego.

Segundo o autarca vilarealense, já estarão «projetos em curso que serão em breve apresentados ao Governo», no âmbito da Eurocidade Ayamonte – Castro Marim – Vila Real de Santo António.

 

(Todas as fotos foram cedidas pela CCDRA)

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