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O PS já começou a campanha para as eleições Autárquicas 2013 e ao ataque.

A apresentação de Paulo Neves como candidato do PS à Câmara de Faro, que teve lugar esta sexta-feira no Mercado Municipal de Faro, foi marcada por muitas críticas ao atual executivo e pela exigência de uma mudança de rumo, que passa pela redução das rendas sociais e por fazer obra.

Os muitos oradores da noite, entre os quais o mandatário de Paulo Neves nas eleições de outubro, o médico Veloso Gomes, apostaram em colar as políticas de austeridade seguidas pelo Governo ao saneamento financeiro que o atual executivo tem apresentado como a principal bandeira.

Paulo Neves pôs mesmo em causa os números da poupança que têm vindo a ser apresentados, defendendo que os 4 milhões de poupança anunciados pelo executivo «foram à custa do não pagamento das transferências devidas às Juntas de Freguesia e para IPSS do concelho».

O candidato do PS até começou de forma cordata, com uma palavra para o adversário escolhido pelo PSD Rogério Bacalhau, que apresentou a candidatura pouco antes, que acredita «que também terá as melhores intenções».

Uma deixa para passar ao ataque, nomeadamente nesta questão das contas, mas também lembrando que foram despedidos «212 funcionários da Câmara, para aumentar em 3 milhões os contratos de serviços» e de trabalho temporário.

«Acham que é ser sério aumentar em 300 por cento as rendas sociais das pessoas mais desfavorecidas? Isto não é ser sério, é ser insensível», acusou.

Paulo Neves assegurou que uma das medidas que tomará se for eleito presidente de Câmara é a redução destas taxas. «Mesmo com pouco dinheiro e muitas dívidas, vamos conseguir, porque gostamos de Faro», é a palavra de ordem dos socialistas

Também terão prioridade duas áreas «que felizmente o próximo quadro comunitário de apoio também salienta», o conhecimento e investigação e a regeneração urbana.

«Faro e o Algarve estão casados com a Universidade do Algarve, mas relacionam-se pouco. Está na altura de mudar isto», considerou. A ideia de Paulo Neves é fazer candidaturas a fundos comunitários «em conjunto com a universidade, no interesse mútuo». A ideia é aproveitar «a riqueza técnica, humana e o conhecimento» produzido na academia algarvia.

Na área da regeneração urbana, Paulo Neves preconiza a reabilitação «das ruas da baixa até ao Carmo e nas freguesias rurais». Intervenções que permitiriam, defendeu, adjudicar «muitas pequenas obras» a fornecedores locais, estimulando o emprego.  

No campo do Património, o candidato socialista prometeu tudo fazer para travar a venda de edifícios como a Fábrica da Cerveja e o Magistério Primário, na Vila-Adentro de Faro.

Paulo Neves propõe que estes edifícios não sejam vendidos, mas cedidos com uma renda resolúvel a potenciais investidores. «No final de 30 ou 50 anos, até podem ter a opção de comprar, mas não será barato», avisou.

O convidado de honra da noite, o secretário-geral do PS António José Seguro, também focou as atenções na reabilitação urbana, uma das propostas que tem para fazer face ao problema do desemprego. O dinheiro viria «de fundos comunitários»

Lembrando que uma das áreas que mais contribui para a elevada taxa de desemprego, particularmente alta no Algarve, é a crise na construção civil e imobiliário, esta seria uma via para contrariar os números. Outra seria a reposição do IVA da restauração em 11 por cento, já que o aumento desta taxa para 23 por cento, defendeu, está a dar prejuízo ao Estado.

Botelheiro a presidente… do Conselho Municipal de Faro

Durante o seu discurso oficial, Paulo Neves aproveitou para desafiar publicamente o antigo presidente da Câmara de Faro João Botelheiro para presidir a um «conselho de cidadãos», que seria designado Conselho Municipal de Faro, o editar de uma ideia que caiu em desuso com o 25 de abril.

Ao contrario do que acontecia antigamente, o órgão será «independente da Assembleia Municipal e do Executivo» e a escolha da sua composição estará a cargo de João Botelheiro, que tem liberdade de convidar «quem entender para criticar» um eventual executivo socialista, de preferência «os melhores de Faro». «A Ordem de Trabalhos é sua! Crie-a como quiser e chame o executivo a prestar contas», desafiou.

A finalizar, Paulo Neves fez um elogio às suas origens, a comunidade piscatória das Ilhas Barreira do concelho (no seu caso a comunidade dos Hangares) , defendendo que não faz sentido que continuem a viver em casas ilegais e que terá de ser a autarquia farense a chamar a si a gestão destes territórios.    

sulinformacao

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