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O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho acaba de anunciar, na sua comunicação ao país feita a partir de S. Bento, que o seu Governo não se demite, apesar da demissão de Paulo Portas, ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e líder do CDS/PP; conhecida esta tarde.

«Não me demito! Não abandono o meu país. Abraço, como sempre abracei, o serviço ao meu país com a mesma dedicação e com a mesma esperança», disse Passos Coelho, numa declaração feita na residência oficial em São Bento.

«Tenho de manifestar a minha surpresa» pela demissão de Portas, disse ainda o primeiro-ministro.

«Precisamos de clareza. Isso significa que assumo como minha a missão de esclarecer todas as condições de apoio político junto dos partidos que suportam o Governo», afirmou.

«Nas próximas horas procurarei junto do CDS/PP clarificar e garantir todas as condições de governabilidade para o país», acrescentou Passos Coelho.

O primeiro-ministro disse ainda que seria «precipitado aceitar esse pedido de demissão» do seu parceiro de coligação, e por isso não pediu a sua «exoneração ao Presidente da República». «Não depende apenas da minha vontade resolver definitivamente este problema, mas ambos os partidos têm a obrigação de não desiludir o país. Em conjunto, teremos de esclarecer o sentido do pedido de demissão do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros no contexto mais amplo possível: no contexto do nosso projeto comum e dos perigos que conseguimos evitar».

«Um Governo de coligação que goza do apoio de forte maioria dos representantes do povo não pode ser posto em causa», afirmou também Passos Coelho, atirando assim a responsabilidade por uma eventual queda do seu gabinete para a Assembleia da República.

No início da sua declaração, Passos afirmou igualmente que uma eventual demissão «seriam dois anos de grande esforço de todos, sacrifícios que todas as famílias conhecem, deitados por terra».

Na origem da demissão de Portas está a escolha de Maria Luís Albuquerque para substituir Vítor Gaspar, no Ministério das Finanças.

Esta tarde, o Presidente da República já tinha dito que não seria por sua iniciativa que haveria demissão do Governo, instando os partidos com assento parlamentar a apresentar uma Moção de Censura.

Entretanto, esta tarde, antes da sua comunicação ao país, Passos Coelho presidiu a um Conselho de Ministros extraordinário, que não contou com a presença de Portas, mas contou com a dos dois ministros do CDS/PP, Assunção Cristas e Pedro Mota Soares.

 

 

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