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Ingleses, alemães e franceses foram quem mais contribuiu para que o Algarve tenha registado, em agosto, ocupações hoteleiras de quase 100%, segundo os dados hoje revelados pela Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA).

Assim, a taxa de ocupação global média/quarto foi de 92,1%, 2,4% acima do valor verificado em 2012, com expressivas subidas dos mercados alemão (+21,8%), britânico (+10,4%) e francês (+37,9%). A maior descida foi a dos turistas portugueses (-4,9%).

Elidérico Viegas, presidente da AHETA, disse ao Sul Informação que agosto, que é «o mês por excelência do turismo do Algarve», «confirmou a melhoria das taxas de ocupação hoteleira que se vem fazendo sentir desde o início do ano».

«Todos os mercados subiram, à exceção dos portugueses, onde houve de facto uma quebra. Os alemães, por exemplo, mantêm uma subida acumulada ao longo do ano, assim como os ingleses, que já estão com um acréscimo acumulado de 8,4%, desde o início de 2013», acrescentou o responsável pelos hoteleiros algarvios.

Quanto aos franceses, que não eram um mercado tradicional para o Algarve, mas que, em agosto, foram a terceira nacionalidade que mais cresceu, Elidérico Viegas salienta que «a França não tem ainda grande representatividade no conjunto das dormidas», ou seja, em termos globais. No entanto, acrescentou, «a verdade é que em agosto os franceses representaram já 5% das dormidas totais».

A explicar esta subida, o presidente da AHETA não tem dúvidas em apontar o facto de haver «voos diretos de França para cá», e ainda «a instabilidade noutras zonas que esses turistas antes preferiam».

Aliás, as causas desta subida das ocupações hoteleiras este verão no Algarve irão dar, segundo Elidérico Viegas, azo a interpretações muito diversas. «As entidades oficiais terão tendência em querer contabilizar esse sucesso para elas, dizendo que resulta das suas iniciativas, mas isso não é verdade. Esta subida deve-se sobretudo a fatores que as entidades oficiais não controlam, nomeadamente a instabilidade no Norte de África, no Egito e na própria Turquia», que desviou turistas para a região algarvia.

Mas o dirigente dos hoteleiros diz que, parte do sucesso, se deve também aos próprios empresários, que optaram por uma «flexibilidade empresarial para encontrar soluções alternativas para captar mais turistas, como a redução de preços, as ofertas especiais, nomeadamente com mais produtos pelo mesmo preço, como uma refeição ou uma excursão», ou mesmo o all inclusive.

«Basta ver que as receitas não subiram em proporção com as ocupações», conclui.

E quais são as perspetivas para setembro? «Mantém-se uma boa perspetiva de subida. Desde o princípio do ano, temos uma subida acumulada na ordem dos 5%, em relação a 2012. Os indicadores que já temos dizem que essa subida vai manter-se até ao final da época turística, em setembro e outubro», revelou ainda Elidérico Viegas.

Apesar do acréscimo de turistas no Algarve, o presidente da AHETA avisa que «as taxas de ocupação hoteleira ainda ficam aquém das taxas de há dez ou doze anos, que eram as ideais para mantermos a rentabilidade do setor. Mas a perspetiva é que possamos recuperar essas taxas em breve».

 

Dados da AHETA referentes ao mês de agosto:

·         A taxa de ocupação global média/quarto foi de 92,1%, 2,4% acima do valor verificado em 2012.

·         A taxa de ocupação global média/cama foi de 88,4%, 3,3% acima do valor verificado em 2012.

·         Por nacionalidades, as principais subidas registaram-se nos mercados alemão (+21,8%), britânico (+10,4%) e francês (+37,9%). A maior descida foi a do mercado nacional (-4,9%).

·         As zonas de Carvoeiro/Armação de Pêra (+3,9%), Monte Gordo/VRSA (+3,4%) e Albufeira (+2,3%) foram as que apresentaram as maiores subidas nas ocupações.

·         A zona de Albufeira registou a taxa de ocupação média mais elevada (95,8%), enquanto a zona de Tavira registou a mais baixa, com 86,0%.

·         Por categorias, os aldeamentos e apartamentos turísticos de 3* (+5,5%) foram os que apresentaram a maior subida nas ocupações, seguidos pelos hotéis e aparthotéis 3* (+2,7%) e pelos de 4* (+2,2%).

·         Os hotéis e aparthotéis de 4* foram os que apresentaram a ocupação mais alta (94,7%). Os de 5* registaram a mais baixa (85,6%).

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