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O Governo estará a preparar o fecho das repartições de Finanças dos concelhos mais periféricos do Algarve, a saber, Alcoutim, Castro Marim, São Brás de Alportel, Monchique, Aljezur e Vila do Bispo, após as eleições autárquicas.

Este encerramento terá sido referido por um alto responsável da Direção Geral de Contribuições e Impostos, numa reunião recente dos Serviços de Finanças no Algarve.

A Câmara Municipal de Aljezur, cujo executivo é liderado pelo autarca socialista José Amarelinho, já tomou posição contra esta possibilidade de encerramento dos serviços, afirmando que tal «informação deixa-nos seriamente preocupados, pois poderemos estar perante mais um forte ataque à autonomia local e à qualidade de vida das nossas populações, contribuindo uma vez mais para provocar o êxodo dos territórios já de si de baixa densidade».

No caso de Aljezur, acrescenta o autarca em comunicado, a situação é «ainda mais gravosa», uma vez que o município tem «uma população muito envelhecida, com uma larga percentagem de residentes idosos com dificuldade de se deslocar, por meios próprios, aos grandes centros urbanos».

Afirmando-se «consciente da necessidade de modernizar e reorganizar a administração pública», Amarelinho defende que «o processo de reorganização de serviços de Finanças deve ser feito de forma transparente e participado pelos seus profissionais, negociado, explicado e jamais imposto, bem como pelas autarquias locais e cidadãos que merecem do poder local todo o respeito e também deveriam gozar do mesmo respeito por parte do Estado».

O autarca de Aljezur acrescenta que, «a ser verdade» este fecho, se estará «perante uma lógica “mercantilista” onde as pessoas já não contam», e anuncia ter já solicitado, no dia de ontem, «os devidos e cabais esclarecimentos acerca desta matéria» à Direção Geral de Finanças.

Já o social-democrata Rui André, presidente da Câmara de Monchique, afirma desconhecer «por completo» a eventual intenção de encerramento dos serviços de Finanças e atribui mesmo o facto de a questão ser levantada agora a «ações de pré-campanha eleitoral».

No entanto, afirma que «se houver a mínima réstia de verdade nessa intenção de fechar as repartições de Finanças, nomeadamente a de Monchique, «serei o primeiro a opor-me frontalmente, porque sou totalmente contra esse tipo de encerramentos».

«Espero que haja bom senso, porque, se tal intenção for verdade, será a retirada de mais um serviço que faz muita falta às pessoas, ainda por cima um serviço com alto nível de produtividade, que funciona muito bem. Basta ver que há utentes de outros concelhos que vêm às Finanças de Monchique para tratar dos seus assuntos», concluiu o autarca.

O Sul Informação já pediu esclarecimentos sobre este tema ao Ministério das Finanças.

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