A igreja matriz de Alte, no concelho de Loulé, foi classificada pelo Governo como monumento de interesse público, segundo portaria publicada hoje em Diário da República.
A matriz de Alte remonta à época da reconquista do Algarve, em pleno século XIII, quando ali foi fundada uma pequena ermida.
“Para além do valor arquitetónico e artístico da igreja, destaca-se o facto de ter funcionado como polo estruturante do crescimento urbanístico da localidade, permanecendo hoje em dia como o edifício com maior valor patrimonial de Alte”, refere a portaria n.º 616/2013.
A classificação inclui ainda duas outras igrejas e um convento, noutros pontos do país, como salienta a Agência Ecclesia.
A classificação estende-se ao convento e igreja do Corpus Christi, na Baixa lisboeta, construção edificada a partir de 1648, em ação de graças após o falhado regicídio de D. João IV, no decorrer da tradicional procissão do Corpo de Deus.
“O aproveitamento do episódio como instrumento de propaganda nacionalista e sinal de proteção divina do reino de Portugal, associado à devoção pelo Santíssimo Sacramento, fez deste um dos primeiros monumentos de celebração do sucesso da Restauração, integrável num conjunto de obras régias de forte carga ideológica”, assinala a portaria governamental.
O convento anexo foi edificado posteriormente, e entregue aos Carmelitas Descalços em 1661.
Outra das igrejas classificada é a matriz do Louriçal (Pombal, Distrito de Leiria), com uma “cronologia muito mais longa do que a sua atual estrutura, de construção setecentista”.
O executivo ficou ainda zonas especiais de proteção para a igreja de Santo Isidoro (Marco de Canaveses, Distrito do Porto), monumento nacional datado do século XII, para “assegurar as características fundamentais do enquadramento da igreja, as perspetivas de contemplação e os pontos de vista que constituem a bacia visual na qual se integra.
Tratamento idêntico tiveram o mosteiro de Odivelas, o memorial de Odivelas e a igreja do Santíssimo Nome de Jesus, respetivamente monumentos nacionais (mosteiro e memorial) e imóvel de interesse público (igreja).
“Os três imóveis situam-se em grande relação de proximidade, no centro histórico de Odivelas, definindo o núcleo mais antigo da povoação medieval”, assinala a portaria.