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O núcleo do Algarve da Liga para a Proteção da Natureza (LPN) coloca em causa o objetivo anunciado pela Câmara de Alcoutim em reduzir a área de Reserva Ecológica Nacional do concelho dos atuais 50 por cento para menos de 10 por cento do território municipal e quer que a redefinição desta zona de proteção ambiental seja bem estudada.

Num comunicado, a LPN defende que a dimensão da REN em Alcoutim seja «objeto de novo estudo consciencioso e rigoroso, o que se nos afigura que não é pura e simplesmente equiparado a reduzir 40 por cento da área demarcada».

A LPN quer saber se a CCDR Algarve e a APA/ARH Algarve acompanharam e apoiaram o processo de revisão da REN, como é sua competência e se estas entidades «aceitaram reduzir de 50 para menos de 10 por cento a área da REN naquele Concelho, tendo em conta as características geo-ecológicas da região, mas também as necessidades de desenvolvimento equilibrado».

Na passada semana, a Câmara de Alcoutim anunciou que acordou com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve uma proposta de revisão da REN (Reserva Ecológica Nacional) do concelho, onde se prevê a retirada desta designação a 40 por cento do território alcoutenejo.

«Com quase metade do seu território municipal delimitado como área REN, Alcoutim tem perdido grandes investimentos públicos e privados, que trariam desenvolvimento social e económico ao concelho. Não tenho dúvidas em afirmar que a REN, no enquadramento em que existe, foi uma grande responsável pela desertificação e despovoamento que temos sofrido ao longo dos últimos anos», disse, então, o ainda presidente da Câmara Francisco Amaral.

«É evidente, e merece o nosso reconhecimento, que o Concelho de Alcoutim foi espartilhado por uma aplicação rígida da REN que, se teve em conta as caraterísticas geo-ecológicas da região, não teve em conta a sua população, a qual, pelo facto de ser serrana, não poderá ficar excluída dos benefícios de um desenvolvimento adequado e auto-sustentável, o que não é certamente a mesma coisa que um crescimento desenfreado e comprometedor do equilíbrio biofísico da região», concedeu a LPN, que defende que sejam feitas mudanças.

Mas recusa a ideia que a REN seja a causa do despovoamento daquele concelho do interior «visto que esse fenómeno se estende a todo o interior português, sendo amplamente conhecidas as diversas causas que estão na base dessa situação, fruto do abandono continuado de muitas décadas pelas sucessivas governações, que pouco ou nada fizeram pelo desenvolvimento do interior do nosso território».

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