A água distribuída na rede pública no concelho de Olhão é de boa qualidade e é controlada regularmente por uma entidade externa, garantiu esta quinta-feira a Câmara de Olhão. A autarquia reagiu a uma denúncia feita no blog «Olhão Livre», que revelava que em 2012 a Águas do Algarve (AdA) encontrou elevados valores de bromatos, uma substância potencialmente cancerígena, na água da rede em Olhão.
A Câmara de Olhão confirmou que em abril de 2012 foi detetado um valor acima do permitido num dos pontos de distribuição, em Brancanes, a cargo da AdA. Tratou-se, no entanto, «de uma situação pontual, que foi imediatamente alvo de verificação e correção, tendo sido imediatamente restabelecida a qualidade da água destinada ao consumo humano».
«Assim foram adotados os procedimentos legais que conduziram à resolução desta situação que, como se pode verificar pela análise dos editais da qualidade da água de 2012 e 2013 [da AdA], tratou-se de uma exceção que não colocou em risco a saúde pública nem a qualidade da água distribuída no Concelho de Olhão», garantiu a autarquia.
A água que chega à casa dos algarvios é gerida e distribuída pela AdA “em alta” (sistema multimunicipal), enquanto as autarquias têm a competência da sua distribuição “em baixa”, ou seja, num sistema próprio, concelhio. Em Olhão é a empresa municipal Ambiolhão a responsável pela distribuição da água e também pela monitorização da sua qualidade, dentro do sistema que controla.
Um dos elementos chave desta monitorização é «o Programa de Controlo da Qualidade da Água (PCQA)», documento que tanto a AdA como a Ambiolhão têm de submeter anualmente à Entidade Reguladora.
«Este programa contempla a realização de 120 colheitas de água ao longo do ano, em diversos pontos do Concelho de Olhão; quer sejam estabelecimentos públicos quer casas particulares; executadas quinzenalmente por um laboratório certificado e considerado apto no âmbito do estabelecido pela ERSAR. No nosso caso o laboratório é o Aqualab», revelou a Câmara de Olhão.
«Para além da realização de colheitas nestes 120 locais, a Ambiolhão efetua também um controlo operacional mensal em diversos reservatórios que abastecem o Concelho e que são abastecidos a partir dos reservatórios mãe (pontos de entrega da Águas do Algarve): Zona Alta e Zona baixa de Olhão, Monte S. Miguel, Cerro Azul, Zona Alta e Zona Média de Moncarapacho, Fuseta e Belo Romão», acrescentou.
A água que é entregue nestes pontos não é controlada pela Ambiolhão, admite a autarquia, mas é igualmente submetida a análises periódicas «tal como é possível verificar pela emissão dos editais trimestrais da qualidade da água por parte desta entidade».
A Câmara salientou ainda que, no caso do parâmetro específico dos bromatos, nem sequer é obrigada a controlá-lo, «uma vez que distribui apenas água adquirida exclusivamente à entidade concessionária do sistema multimunicipal de abastecimento de água do Algarve».