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Em cima, esquema de um eclipse solar híbrido. Igualmente estão representadas a umbra (região da sombra dentro da qual o eclipse e total) e a antumbra (zona onde o eclipse é anelar). Em baixo, representação do máximo do eclipse solar de dia 3 visto de vários pontos do país. (imagem: Fernando J.G. Pinheiro)

O eclipse solar de dia 3 é um dos acontecimentos mais marcantes deste mês de novembro. Tal género de fenómenos ocorre quando, durante a Lua Nova, esta passa muito perto do plano da órbita da Terra em torno do Sol, ou seja, quando a Lua se interpõe entre a Terra e o Sol.

Trata-se de um eclipse híbrido pois, dependendo do local de observação, podemos ver a Lua cobrir totalmente o Sol (eclipse total) ou então apenas a sua parte central (eclipse anular).

Este evento será visível na sua totalidade ao longo da África equatorial e de parte do oceano Atlântico. Já no nosso território o eclipse será apenas parcial, com a Lua a cobrir cerca de 5% ou 20% do Sol, para quem o observe desde o continente ou nas regiões autónomas.

De notar que os eclipses não se iniciam simultaneamente em todo o lado. Assim, enquanto que em Lisboa tal fenómeno ocorre entre as 11h36 e as 13h11, no Funchal ele irá começar um pouco mais cedo e dura algo mais (entre as 10h59 e as 13h17). Já em Ponta Delgada este evento tem lugar das 9h47 até às 11h52.

Vista do céu à nordeste pelas 6h30 da madrugada de dia 26. Igualmente são visíveis a posição de Mercúrio no dia 29, da Lua nos dias 27 e 29, e a posição do cometa ISON nos dias 19 e 24. (imagem: Stellarium e Fernando J.G. Pinheiro)

Nunca é demais recordar os perigos decorrentes da observação direta do Sol. Por este motivo, quem quiser observar o eclipse deve fazê-lo projetando a luz do Sol contra um ecrã ou através de filtros adequados para o efeito (radiografias, vidros fumados ou negativos sobre-expostos não servem).

Mas este mês de observações astronómicas não acaba aqui. Na madrugada de dia 7 iremos encontrar Vénus 8 graus a sul da Lua. Três dias depois tem lugar o quarto crescente, e passada uma semana (dia 17) dá-se a Lua cheia.

Por sua vez, o quarto minguante ocorre na noite de dia 25, e na madrugada seguinte iremos encontrar Mercúrio a menos de 1 grau a Sul de Saturno. Já na noite de dia 27 a Lua irá passar a 6 graus a Sul de Marte.

Finalmente, na noite de dia 29, iremos encontrar a Lua a menos de 1 grau ao sul da estrela Espiga da constelação da Virgem. Este não é um evento único neste mês, pois o mesmo tem lugar logo na madrugada de dia 2.

Se as condições forem favoráveis o final deste mês pode reservar-nos outra surpresa. Quem olhar para nordeste pouco antes do amanhecer talvez consiga distinguir uma mancha difusa no céu: trata-se do cometa ISON (ou C/2012 S1).

No dia 28 que este cometa fará sua maior aproximação ao Sol, chegando a distar da superfície solar cerca de duas vezes o raio do Sol. Ainda não se sabe se este cometa vai sobreviver a tal “encontro imediato” ou se antes do final do mês ele será visível a olho nu.

Boas observações!

 

Autor: Fernando J.G. Pinheiro (Centro de Geofísica da U.C.)

Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

 

Legendas das Figuras:
Figura 1: Em cima, esquema de um eclipse solar híbrido. Igualmente estão representadas a umbra (região da sombra dentro da qual o eclipse e total) e a antumbra (zona onde o eclipse é anelar). Em baixo, representação do máximo do eclipse solar de dia 3 visto de vários pontos do país. (imagem: Fernando J.G. Pinheiro)

Figura 2: Vista do céu à nordeste pelas 6h30 da madrugada de dia 26. Igualmente são visíveis a posição de Mercúrio no dia 29, da Lua nos dias 27 e 29, e a posição do cometa ISON nos dias 19 e 24. (imagem: Stellarium e Fernando J.G. Pinheiro)

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