Após dois anos e meio de preparação, vai ser analisada e votada, na 8ª Sessão do Comité Intergovernamental para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial da UNESCO, que se realiza, em Baku, no Azerbaijão, entre os dias 2 e 7 de dezembro, a candidatura à inscrição da Dieta Mediterrânica na lista do Património Cultural Imaterial da Humanidade.
Portugal tem Tavira como sua comunidade representativa, a qual, neste âmbito, assegurou o processo técnico, que conta com parecer prévio favorável à inscrição por parte do Órgão Subsidiário da UNESCO para o património cultural e imaterial.
Subscrevem esta candidatura transnacional sete Estados com culturas mediterrânicas milenares: Portugal (Tavira), Chipre (Agros), Croácia (Hvar e Brac), Grécia (Koroni), Espanha (Soria), Itália (Cilento) e Marrocos (Chefchaouen).
A delegação portuguesa é constituída por representantes do Ministério da Agricultura e dos Negócios Estrangeiros, pelo presidente da Câmara Municipal de Tavira, Jorge Botelho, e pelo chefe da Divisão de Cultura, Património e Museus da autarquia, Jorge Queiroz.
A “Dieta Mediterrânica”, com origem no termo grego “daiata”, é um estilo de vida milenar, um modelo cultural resultante da sabedoria ancestral, transmitida de geração em geração, o qual abrange técnicas e práticas produtivas e extrativas, nomeadamente, de agricultura e pescas, formas de preparação, confeção e consumo dos alimentos, festividades e convivialidades, tradições orais e expressões artísticas.
As culturas mediterrânicas são culturas de partilha e entreajuda comunitária, onde as sociabilidades assumem um papel relevante.
A concretizar-se esta classificação, Portugal contará, após o fado, com a sua segunda inscrição na lista do Património Cultural Imaterial da Humanidade, sendo a primeira vez que o Algarve verá a sua cultura reconhecida pela UNESCO.