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O Portal dos Descobrimentos, o resultado mais visível do projeto «Descubriter – Rota Europeia dos Descobrimentos», vai ficar online até ao fim deste mês ou nas primeiras semanas de 2014, permitindo assim obter todas as informações sobre os locais no Algarve e na Andaluzia ligados à gesta das Descobertas.

Trata-se de um portal que funcionará como uma espécie de museu virtual dos Descobrimentos, espaço interativo que estará online, com documentos, mapas, roteiros, sugestões de visita e imagens relacionados com a epopeia de exploração dos mares desconhecidos e das novas terras entre os séculos XV e XVII.

O portal foi apresentado na sexta-feira, em Sagres, durante um seminário que decorreu no Hotel Memmo Baleeira, promovido pela Região de Turismo do Algarve, e que contou com a presença de profissionais, estudantes e agentes e responsáveis dos setores do turismo e da cultura do Algarve.

Dália Paulo, diretora regional de Cultura do Algarve – que na sexta-feira cumpria o seu último dia no cargo – destacou que «o Descubriter foi muito importante para a Direção Regional de Cultura porque foi desenhado de forma a criar um produto diferente, que envolve empresários, autarquias e entidades públicas, e que não termina a 31 de dezembro».

É que, sublinhou, deste projeto, «vai ficar o Portal dos Descobrimentos, que fica alojado no servidor da Direção Regional, que fará depois a gestão, nomeadamente atualizando-o com novos conteúdos sempre que isso se justificar».

Desidério Silva, presidente da RTA, por seu lado, sublinhou que «cada vez mais os turistas precisam de experiências novas, mas também de mais informação e de formas diferentes de ter acesso ao que existe como oferta num determinado destino turístico». Daí que a Rota Europeia dos Descobrimentos e o seu portal na internet tenham sido apresentados como peças fundamentais para promover um novo tipo de turismo.

O objetivo desta espécie de museu virtual dos Descobrimentos e da Rota que lhe está associada é «levar os visitantes a ficar mais noites no Algarve, mais noites em alguns dos sítios, mas não apenas nos meses da época alta», disse ainda Dália Paulo. «O sol está cá sempre no Algarve», tinha dito Desidério Silva. «E o património também», acrescentou Dália Paulo. Por isso há que tirar partido dessa riqueza que diferencia o Algarve, mas ao longo de todo o ano.

Por seu lado, Adelino Soares, presidente da Câmara de Vila do Bispo, sublinhou a importância da parceria «entre o Algarve e a Andaluzia no projeto Descubriter» e frisou o facto de o seu Município ser o único na região que integrou esta rota, no âmbito da estratégia desenvolvida para tirar partido das potencialidades do território. «Nós queremos ser o centro dos Descobrimentos, mas também o centro do Turismo de Natureza», salientou o autarca.

Dália Paulo destacou ainda o facto de os trabalhos de conceção do Descubriter terem contado com o «contributo muito valioso dos empresários, que nos deram indicações sobre como chegar ao público com o projeto, transmitindo-nos o conhecimento que o tecido empresarial tem do terreno e do mercado».

Essa colaboração foi salientada por João Corrêa Nunes, presidente da associação local de empresários Promosagres, que falou da «experiência ativa de parceria e de trabalho em rede». Essa parceria, acrescentou, permite «juntar a visão de curto/médio prazo, focada na realização, dos empresários, com a visão de longo prazo dos agentes culturais e públicos».

 

Património com uma carga simbólica enorme

Em Sagres, «fomos abençoados com uma natureza única, até em termos do destino Algarve. Também temos um património com uma carga simbólica enorme, que nos identifica e individualiza». E Sagres tem mesmo «uma carga simbólica que é internacional», uma vez que o Infante D. Henrique, «o Henry the Navigator, é a figura histórica portuguesa mais conhecida a nível internacional».

«Este é um fator de diferenciação fantástico que devia atravessar toda a oferta turística» desta subregião, acrescentou o dirigente da Promosagres. É que, sublinhou, «os nichos são cada vez menos nichos e cada vez mais fatores de classificação do destino».

Como desafio para continuar o projeto Descubriter, João Corrêa Nunes lançou a sugestão para que se aposte «desde já», na formação e capacitação: «um empregado do hotel que sabe falar com o cliente sobre os Descobrimentos, sobre a História, faz parte da oferta e ajuda a qualificá-la. Isso passa por formação específica».

O empresário deixou a sugestão de que a Câmara de Vila do Bispo assuma essa formação, classificando a ideia como «uma primeira ação que poderia ser muito prática», «um primeiro passo que tem que avançar já». «Os nossos funcionários gostariam de participar», garantiu.

 

Um portal que permite viagens virtuais e outras mais concretas

Fernando Cabral, da empresa que concebeu o Portal dos Descobrimentos, explicou que o conceito partiu do «pegar nos mapas e imagens atuais e reviver o passado», sempre com base em ferramentas atuais, como o Google Maps.

O portal, que se apresenta em Português, Inglês e Espanhol, ficará em breve disponível no endereço www.portaldescobrimentos.pt.

Entre os diversos conteúdos deste museu virtual, haverá uma biblioteca, com cartografia antiga, livros sobre o tema, imagens antigas e atuais, sugestões de roteiros com um mapa com vários níveis de informação, e ainda um espaço para vídeos, interativos e animados, contando a história dos Descobrimentos. Um dos primeiros vídeos a ser disponibilizado é «Sagres – o Cabo do Sonho», feito pela Direção Regional de Cultura do Algarve.

Mesmo sem que o portal esteja já disponível na internet, a Rota já arrancou. Na sexta-feira, após o seminário, teve lugar o descerramento do painel informativo da rota junto ao Posto de Turismo de Sagres.

O projeto «Descubriter – Rota Europeia dos Descobrimentos» juntou diversas entidades públicas e privadas dos dois lados da fronteira, nomeadamente a Região de Turismo do Algarve, a Direção Regional de Cultura, a Câmara de Vila do Bispo e a Promosagres, pelo lado português, e a Fundação Nao Victoria, a Diputación de Sevilla, e os municípios de Palos de la Frontera e Sanlúcar de Barrameda, pela parte da Andaluzia.

Este projeto foi apoiado por verbas do FEDER, através do Programa de Cooperação Transfronteriça Espanha – Portugal (POCTEP).

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