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O Projeto Querença quer formar uma Cooperativa de Serviços e Produtores naquela aldeia do interior do concelho de Loulé, que permita aos participantes na iniciativa e aos pequenos empresários e agricultores locais ganhar escala e ter uma forma legal de escoar os bens que produzem. Uma ideia que os promotores desta iniciativa de desenvolvimento local querem por em prática até final do ano ou em 2015.

Este é o caminho «para a empresarialização do projeto», admitiu o coordenador do «Projeto Querença» João Ministro. A rede de contatos está criada e há solicitações, nomeadamente para produtos agrícolas produzidos, algo que há que aproveitar e aprofundar.

«Gostaríamos de criar uma figura jurídica que juntasse as várias iniciativas e que, ao mesmo tempo, ajudasse as pessoas de Querença a legalizar, a organizar as suas atividades. Nomeadamente ao nível do Mercado de Querença, pois há pequenos produtores que não vão abrir atividade para vender 50 quilos de tomate ao longo de um ano», ilustrou.

Um bom exemplo da mais-valia de uma Cooperativa é a relação que o «Projeto Querença» tem com o Hotel Tivoli Marina, de Vilamoura. Na primeira fase, já foram vendidos produtos de Querença a esta unidade hoteleira, que voltou a mostrar interesse em contar com produção local.

«Esta é já uma parceria que já está oficializada. Vamos voltar a vender produtos e a ter apoio em eventos. Isso é muito importante, pois a pessoa que vai estar a trabalhar na parte agrícola [uma das ideias da 2ª fase do projeto é de produção em modo biológico] tem, desde logo, um cliente», disse João Ministro.

«A cooperativa é uma solução interessante e uma ambição que eu tenho e acho que muitos partilham. Mas temos de trabalhar e acho que há condições para no final deste ano ou no próximo termos aqui o desenho de uma cooperativa», acredita o coordenador do «Projeto Querença».

Este será mais um passo no sentido de estimular a dinâmica económica desta zona do interior. «No final, queríamos ter aqui uma rede a funcionar. Não sabemos se será já este ano, se para o ano ou para o próximo. Este é um processo que vai levar anos. As pessoas têm de ter noção que esta iniciativa vai demorar anos», até que ter retorno significativo, avisou João Ministro.

 

Nova fase, novas parcerias

A entrar numa segunda fase, depois de ter sido pioneiro a nível nacional, o «Projeto Querença» está agora bem diferente. Foi adotada uma nova metodologia de seleção, mais orientada às ideias e não tão focada nos currículos dos candidatos, além de se ter aprofundado parcerias a nível regional, com uma clara preocupação com a vertente empreendedora.

Nesta nova vida da iniciativa, serão aprofundadas as parcerias com a Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional, que passará a dar mais apoio técnico e com a Universidade do Algarve, que passa a ter como interlocutor principal o CRIA – Divisão de Empreendedorismo e Transferência de Tecnologia.

«Ainda que na primeira fase tenhamos tido muito contacto com a Universidade e apoio de professoras, decidimos oficializar e focar o apoio. O caso do CRIA, é um exemplo. Sabemos que é a entidade que trabalha mais o empreendedorismo, que apoia a criação de empresas e tinha de ser nosso parceiro», considerou João Ministro.

Com estas parcerias, haverá a «oportunidade, desde o início do projeto, de ir limando as ideias, para que ao fim de 12 meses esteja mais sólido», ou seja, «que tenha um plano de negócio, identificar fontes de financiamento, alguma formação complementar que seja necessária e encontrar parceiros».

Também a Junta da União de Freguesias de Querença, Tôr e Benafim tem um papel de maior destaque, até porque a Fundação Manuel Viegas Guerreiro já não está associada ao projeto, nesta nova fase. Assim, a base da iniciativa passa a ser a Casa do Povo de Querença.

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