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O secretário de Estado dos Transportes Sérgio Monteiro «deve uma desculpa» aos algarvios pela «ameaça» de não haver dinheiro para eletrificar o resto da Linha do Algarve, caso o Estado tenha de resgatar a obra da EN 125, considerou o movimento «Salvar Faro, com o Coração» (CFC-SF). Uma posição que «ofendeu os algarvios» e que «não é tolerável», dizem.

As declarações do membro do Governo foram feitas durante uma sessão de discussão pública dos resultados do relatório do grupo de trabalho para as Infraestruturas de Valor Acrescentado (IEVA), que decorreu em Faro na passada semana. Iniciativa que, para o movimento, «não podia ter corrido pior», porque, além da «ameaça» do membro do Governo, os membros da mesa «se apresentaram com uma “mão cheia de quase nada”».

«Em vez de pedir desculpas pelo facto de estarem paradas as obras de uma subconcessão que o Estado fez há cinco anos, [Sérgio Monteiro] passou ao ataque, pretendendo para o Algarve uma forte penalização. Que já é dupla, com os enormes atrasos na requalificação e portagens na Via do Infante, e que seria tripla ao querer anular outros investimentos essenciais», considera a estrutura que apoiou a candidatura de José Vitorino à Câmara de Faro.

Para o movimento, «o Terreiro do Paço continua a não querer perceber, nem ligar, que a EN 125 é uma estrada de morte, que bloqueia a economia e sociedade algarvias e despromove o Algarve perante os estrangeiros».

O «Salvar Faro» exige, ainda, o fim das portagens na Via do Infante e um «eixo ferroviário Algarve/Andaluzia». «Além de outras medidas, para atrair visitantes em número suficiente e combater a sazonalidade, é absolutamente indispensável abrir o eixo ferroviário Algarve/ Andaluzia e pôr fim às portagens, à conquista dos 8,5 milhões de andaluzes aqui mesmo ao lado. E será com esta visão larga de futuro que se remodelará a linha férrea do Algarve, com novo traçado circundante à Cidade de Faro e com ligação ao Aeroporto», disse.

Durante a discussão pública, José Vitorino lembrou que há uma região espanhola aqui ao lado, a Andaluzia, «com 8,5 milhões de habitantes», dos quais, «um milhão estão já ali».

A questão da ligação da Linha do Algarve a Espanha depende da decisão por parte de Espanha de concluir um projeto que existe há muito de trazer a linha férrea até à fronteira, explicou o porta-voz do grupo IEVA para as questões ligadas à ferrovia José Manuel Queiró. Uma questão a negociar com Espanha, disse, que teria todo o interesse para o Algarve e Portugal, admitiu.

«Relevantes são também os portos comerciais e cruzeiros de Portimão e Faro (tem que ser operacionalizado com a vertente turística) e docas de recreio, no caso de Faro sempre prometida mas sem avançar», acrescenta o movimento.

«No interesse regional e nacional (forte contributo do turismo do Algarve na venda de bens e serviços ao exterior), com clareza e sem subserviências e forte união de cidadania, temos que exigir de Lisboa respeito e aquilo que é de direito», conclui o «Salvar Faro, com o Coração».

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