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No Algarve, há 139.116 utentes sem médico de família, o que corresponde a 31,1% do total, segundo dados de dezembro último da Administração Regional de Saúde do Algarve, a que o Sul Informação teve acesso.

O caso mais grave de falta de médico de família é o do Centro de Saúde de Lagos, onde quase três quartos dos utentes (71,6%) não têm médico.

Aliás, o Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Barlavento, que engloba Aljezur, Lagoa, Lagos, Monchique, Portimão, Silves e Vila do Bispo, é o mais carente de médicos de família de todo o Algarve, já que mais de metade (51%) dos seus 158.875 utentes continua à espera.

Curiosamente, mesmo nesse ACES há situações muito diversas: além de Lagos, é grande a escassez de médicos nos Centros de Saúde de Silves (54,6%), Vila do Bispo (54,4%), Portimão (52%) ou mesmo Aljezur (49,3%), mas, em Monchique, dos 6079 utentes, apenas 13 (0,2%) não têm e, mesmo desses, dois fazem-no por opção.

Valores quase tão baixos apenas surgem em Vila Real de Santo António e Alcoutim, ambos com apenas 0,5% de utentes sem médico, ou mesmo 1,9% em Castro Marim, todos do ACES do Sotavento, cuja média é de 6,1%, a mais baixa da região algarvia.

No ACES do Algarve Central, que tem uma média de 23,7%, a percentagem mais alta de utentes sem médico de família verifica-se nos Centros de Saúde de Loulé (36,5%) e Albufeira (31,5%) e as mais baixas em Olhão (12,8%), Faro (13,6%) e São Brás de Alportel (15,8%).

Segundo uma auditoria do Tribunal de Contas (TC) revelada na sexta-feira, o número de utentes sem médico de família aumentou 24% desde 2006, apesar de este ser o ano do surgimento das primeiras Unidades de Saúde Familiar (USF).

Segundo o TC, o objetivo da reforma dos cuidados de saúde primários que criou as USF era atribuir um médico de família a cada utente inscrito, mas isso não aconteceu, antes pelo contrário. À exceção do ano de 2012, desde a implementação das USF em 2006, o número de utentes inscritos sem médico de família cresceu mesmo 24%.

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