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O Vodafone Rally de Portugal volta a rolar entre os dias 3 e 6 de abril, com as estradas do Algarve e Baixo Alentejo a serem o palco principal do mais importante evento automobilístico anual realizado em Portugal. Esta poderá ser a última vez que o Sul é escolhido para ser a base da prova, mas, garante a organização, nada está decidido.

«Não temos garantias, só posso assegurar, e julgo interpretar o sentimento dos meus colegas do Algarve e de todos os agentes económicos da região, é que nós, algarvios, fazemos muita questão na manutenção da prova e estamos dispostos a fazer tudo aquilo que for possível para que ela possa continuar no Algarve», revelou o presidente da Câmara de Loulé Vítor Aleixo esta terça-feira, à margem da apresentação da edição e 2014 do Rally, naquela cidade.

Já o diretor da prova Pedro Almeida admitiu que estão a ser «estudados diversos cenários», até para que «haja alternativas, em caso de necessidade», mas assegurou que a direção do Automóvel Clube de Portugal, entidade organizadora, ainda não tomou uma decisão.

«O Algarve e Baixo Alentejo são uma solução perfeita em muitos aspetos, mas é preciso ter outras, de modo a encontrar sempre e a cada momento a solução ideal. Nesse aspeto, as coisas estão em aberto», acrescentou.

Certo é, apenas, que em abril o Rally de Portugal volta ao local onde se realiza há dez anos consecutivos. Como acontece este ano, muitas destas dez edições contaram para o Mundial de Rallys (WRC), campeonato que junta os maiores nomes da modalidade e no qual o rali português voltou a ser inserido em 2007, após muitos anos afastado.

O modelo escolhido tem sido de sucesso, disse Pedro Almeida, e, por isso, não terá grandes alterações, em relação a anos anteriores. Nas novidades, destaque para as mudanças no tradicional troço de Santana da Serra, que será o mais longo desta edição da prova (31,9 quilómetros) e que será percorrido em sentido inverso ao que é habitual.

Também a Power Stage, a etapa final que dá pontos a dobrar, será bem diferente da de 2013, leia-se bem mais curta, fruto do novo formato aprovado pela Federação Internacional de Automobilismo, que limita este tipo de classificativas a distâncias entre os 10 e os 15 quilómetros (km).

O troço Loulé (13,81 km) recebe a antepenúltima e a última classificativas, no domingo, dia 6, com uma passagem no troço São Brás de Alportel (16,21 km) pelo meio. No último dia, os carros só sairão para a estrada a partir das 11 horas, para que a Power Stage possa ser transmitida em direto «para todo o mundo».

Nos primeiros dias nas estradas do Baixo Alentejo e Algarve, os 85 carros inscritos na prova este ano terão de percorrer duas vezes três troços. A 4 de abril, há passagens duplas em Silves (21,5 km), Ourique (25,4 km) e Almodôvar (26,48 km). Esta última classificativa viu-se “despromovida” em relação ao ano passado, onde foi a etapa de Power Stage, a mais longa de sempre numa prova WRC, com 52 quilómetros.

No dia 5, sábado, os troços a percorrer são os de Santa Clara (19,09 km), Santana da Serra (31,9 km, ao contrário do que é habitual) e Malhão (22,15 km).

Antes de rumar ao Sul, a 3 de abril, o Rally de Portugal tem uma etapa Super Especial em Lisboa, na Praça do Império, como tem vindo a acontecer nas últimas edições. Antes da primeira etapa, os carros vão concentrar-se no jardim do Casino do Estoril e percorrer a Avenida Marginal, como acontecia no passado.

 

Algarvios devem «apaixonar-se mais» pelo Rally de Portugal

«Era bom que os algarvios se deixassem cativar, se apaixonassem mais e comparecessem em maior número nos momentos de disputa da prova», apelou Vítor Aleixo.

O edil de uma das autarquias anfitriãs da prova e das que maior apoio dá ao evento, admitiu que um maior entusiasmo da parte das forças vivas e da população do Algarve em relação ao evento poderia ajudar a manter a prova no Sul, uma das questões que o ACP tem levantado quando fala na possibilidade de rumar a Norte.

Até porque, segundo terão dito a Vítor Aleixo os responsáveis pelo ACP, «não está em causa dinheiro». «A haver razões para tirar daqui a prova, não serão financeiras», disse, repetindo o que lhe foi transmitido.

Já Pedro Almeida não negou que a escolha do local onde se fará o próximo rali português dependa «de fatores económicos», mas, acrescentou, também está ligado «a fatores logísticos e de segurança», entre outros aspetos. «É óbvio que quanto maior for o empenho das pessoas, das autarquias e das entidades da região, melhor será a posição dessa mesma região», disse.

O diretor do Vodafone Rally de Portugal acrescentou que tem sentido maior apoio por parte das autarquias do Sul, «principalmente a partir do momento em que se levantou a possibilidade do rali sair daqui». E voltou a frisar que o Rally é de Portugal «e não do Algarve».

«O Rally de Portugal é organizado pelo ACP, cuja direção entende ser da sua responsabilidade encontrar o melhor cenário possível para garantir o futuro da prova no Campeonato do Mundo. Pode ser no Norte, no Sul, na Madeira, nos Açores ou até nas Ilhas Berlengas. O que é importante é que a prova continue a contar para o WRC», ilustrou Pedro Almeida.

 

Algarve tem de ser «proativo» para manter Rally de Portugal

«Temos de nos continuar a  bater para que o processo [de manutenção do Rally de Portugal no Algarve]não tenha uma inversão. Os parceiros da região tem de se organizar. Não podemos esperar pela decisão, temos de ser proativos», considerou o presidente da Região de Turismo do Algarve Desidério Silva, depois da apresentação de nova edição da prova.

«O processo não está fechado e penso que as autarquias, a RTA e a AMAL têm uma palavra a dizer. É preciso fazer o que é necessário: mostrar a vontade da região e ter todas as condições necessárias para acolher o evento», considerou.

«É tempo de nos envolvermos todos, seja do público ou do privado, porque são eles que têm as condições logísticas. Esse sinal tem de ser dado e pelas associações representativas da região nessas áreas.

 

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