A escritora Lídia Jorge volta ao seu Algarve para apresentar, em Portimão e Faro, o romance «Os Memoráveis», uma nova viagem ao coração do 25 de abril, com as suas personagens e as suas desilusões.
A primeira apresentação está marcada para dia 28 de abril, às 18h30, no Grande Auditório do Teatro Municipal de Portimão. Aí, em pleno palco, Lídia Jorge estará à conversa com João Ventura, diretor do Tempo.
«35 anos depois da sua “fábula inicial” sobre o 25 de Abril, a que deu o nome de “O Dia dos Prodígios”, Lídia Jorge empreende uma “viagem ao coração da fábula” para nos contar dos “prodígios” mas também das desilusões que abril nos trouxe», explica João Ventura sobre o novo livro da escritora algarvia.
À boleia da apresentação da obra, será ainda Tempo de reativar o Instituto de Cultura Ibero-Atlântica (ICIA) e de falar sobre alguns dos seus projetos, na presença de Lídia Jorge, uma colaboradora desde a primeira hora do ICIA.
No dia seguinte, 29 de março, sábado, às 16h30, será a vez da livraria Leya no Pátio de Letras, em Faro, receber a escritora.
Também aqui será um encontro entre velhos amigos, já que Lídia Jorge é a madrinha deste espaço único a Sul, onde à livraria se encosta o espaço de encontro e tertúlia, um pátio tipicamente algarvio, com figueiras e nespereiras. A apresentação estará a cargo do professor Minhoto Marques, da Universidade do Algarve.
“Os Memoráveis” de Lídia Jorge
O livro, editado pela D.Quixote, conta a história de uma repórter portuguesa em Washington, convidada a fazer um documentário sobre a Revolução de 1974, para o qual entrevista vários intervenientes e testemunhas do golpe de Estado.
Um percurso que permite surpreender o efeito da passagem do tempo não só sobre esses “heróis”, como também sobre a sociedade portuguesa, na sua grandeza e nas suas misérias. Transfiguradas, como se fossem figuras sobreviventes de um tempo já inalcançável, as personagens de “Os Memoráveis” tentam recriar o que foi a ilusão revolucionária, a desilusão de muitos dos participantes e o árduo caminho para uma Democracia.
Lídia Jorge nasceu no Algarve, passou alguns anos decisivos em Angola e Moçambique, formou-se em Filologia Românica na Universidade de Lisboa, deu aulas, escreveu dezasseis livros editados em várias línguas, entre eles romances, antologias de contos, uma peça de teatro.
Em 2006, a autora foi distinguida na Alemanha com a primeira edição do Albatroz, Prémio Internacional de Literatura da Fundação Günter Grass, atribuído pelo conjunto da sua obra.
“Os Memoráveis” é o seu mais recente romance, e o Grande Prémio SPA-Millennium, que distingue os autores pelo conjunto da sua obra, a sua mais recente distinção.