“Temos o ar que respiramos, o Sol, a Lua e os Rolling Stones…” Keith Richards não poderia ser mais direto e honesto. Com efeito acompanham-nos desde sempre…para sempre.
Nada no Século XX e agora no Séc. XXI, tem gerado tanta felicidade, empenho e alegria por este mundo fora. Um dos motivos talvez se prenda com o facto dos Rolling Stones serem um espelho das nossas ambições, desejos e fantasias.
Costumo comparar as suas tournées às peregrinações religiosas. Senão vejamos: qual o acontecimento que tem o poder de fazer indivíduos saírem da sua zona de conforto, em Porto Alegre, Trondheim, Tóquio, Belfast, Nova Iorque, Londres, Paris, ou mesmo Portimão, para se movimentarem por esse mundo fora, apanhando aviões, comboios, autocarros, dormindo mal, comendo à pressa, estando muitas vezes apenas de passagem em certos países, marcando encontros nos centros dessas mesmas cidades, apenas para assistirem a duas horas de música da melhor que se fez na história da humanidade, num ritual que dura há mais de 50 anos?
Não é que não se tenha vida própria, antes pelo contrário. Graças à música dos Stones, conheci e cultivei o gosto por diferentes géneros musicais, desde o Blues até ao Punk, assim como outras formas de expressão cultural, desde o cinema até a literatura.
Falta falar do mais importante: a Música… Saíram e saem dos Stones autênticos hinos de consecutivas gerações, desde Satisfaction nos anos 60, It’s Only Rock’n’Roll nos anos 70, Start me Up nos anos 80, Love is Strong nos 90 e atualmente Doom and Gloom… entre centenas de músicas aqui não referidas.
Os concertos são, por isso mesmo, autênticas peregrinações, compostas por fãs em busca do Santo Graal da música, da liberdade, do prazer. É isso que nos aguarda no dia 29 de Maio, no Rock in Rio, quando os Stones pisarem pela sexta vez os palcos nacionais.
Autor: Rolando Rebelo é autor do livro «Rolling Stones em Portugal», editado pela Zebra Publicações.
Nota: A foto é cortesia de Bruno Filipe Pires, a quem agradecemos