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Marcelino Santos é o primeiro habitante das ilhas-barreira e ilhotes da Ria Formosa, no concelho de Faro, a ganhar uma casa, como compensação pela anunciada demolição da sua habitação. Mas não será o único.

O pescador farense recebeu esta quarta-feira as chaves da sua nova casa na Praia de Faro, o mesmo local onde a autarquia farense pretende realojar as «cerca de 50 famílias» que têm a primeira habitação nas áreas que o Polis vai renaturalizar e que tenham atividades ligadas ao mar, segundo o gabinete da Presidência da autarquia.

O homem agora realojado é o único habitante do ilhote da Cobra, que irá ser renaturalizado em breve. O processo que levará às demolições já está em curso, depois de a Sociedade Polis Ria Formosa ter lançado um concurso público para a requalificação e renaturalização dos ilhotes de Altura, Côco, Cobra, Ramalhete e Ratas e da Ilha Deserta, num investimento de cerca de 2,2 milhões de euros, que implicará a destruição de todo o tipo de estruturas ali edificadas.

«Sendo a habitação do Sr. Marcelino a única situada em território do concelho abrangida pela ação de renaturalização da Polis, importava desde logo proceder ao realojamento do seu morador, com condições de dignidade, e, assegurando a proximidade com o mar de onde o Sr. Marcelino, pescador de profissão, tira todo o seu sustento», anunciou a autarquia.

A casa que o cidadão farense recebeu situa-se na zona nascente da Praia de Faro e é uma das seis casas da autarquia ali existentes, todas elas «em regime de habitação social».

A manutenção dos pescadores que «tenham a atividade regulamentada e comprovada», cujas casas de primeira habitação se situem fora da zona da Península do Ancão ainda pertencente ao Domínio Público Hídrico (todas as que não estão nos locais onde a estrada asfaltada chega, zona sob gestão da autarquia) é um objetivo assumido pelo atual executivo.

A Sociedade Polis já adquiriu um terreno no Montenegro, ali bem perto, mas as casas que aí serão construídas destinam-se apenas àqueles que, ou têm casas que não são de primeira habitação ou que «não tiverem dependência do mar». Quanto às dezenas de famílias que são para ficar na Praia de Faro, terá que se arranjar uma solução de realojamento, que, sabe o Sul Informação, poderá passar pela utilização do terreno do antigo Parque de Campismo.

«Ao atribuir esta casa, com contrato de arrendamento social, a Câmara exerce o seu dever de prestar um serviço de apoio aos munícipes que, como consequência de diferentes fatores, apresentam carências relacionadas com a área da habitação. No cumprimento desta política, todo o processo de integração do Sr. Marcelino tem sido acompanhado de perto pela autarquia, designadamente através do seu Departamento de Ação Social e Educação, o que se manterá nos próximos tempos», acrescentou a autarquia, numa nota enviada hoje às redações.

sulinformacao

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