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A Câmara de Loulé aprovou, em reunião camarária, a sua proposta de adquirir o imóvel onde se encontra instalado o histórico Café Calcinha, no centro da cidade.

Após avaliação e contraproposta do proprietário, a Câmara Municipal pretende adquirir este emblemático espaço da cidade por um valor que ronda os 182 mil euros.

Para que esta compra se concretize através de escritura pública, é necessário que a proposta seja aprovada na próxima Assembleia Municipal, agendada para 30 de abril.

Este Café foi classificado como Imóvel de Interesse Municipal em 2012 e é, a par de outros monumentos e locais de Loulé, um elemento de identidade da cidade do próprio concelho. Para os responsáveis da Autarquia, pretende-se com esta aquisição promover a defesa do património e da identidade louletana.

Localizado no centro de Loulé e no eixo comercial mais importante, o Café Calcinha foi durante o último século, e até aos dias de hoje, um marco sociocultural da população local e de todos os visitantes, sendo o único espaço de tertúlia na história da cidade, que lhe configurou o privilégio de ser o estabelecimento mais emblemático e referenciado na história local.

Ao longo das décadas e no decurso da sua já longa história (foi implantado em 27 de agosto de 1927), muitos foram os nomes importantes da vila que o frequentaram e mais as histórias que por lá se contaram, de geração em geração, entre as tertúlias, os cafés, o medronho, o capilé ou a ginjinha e as cigarrilhas ou onças de tabaco.

Dele fizeram parte figuras de prestígio da vida pública louletana e nacional, destacando-se Frutuoso da Silva, Bernardo Lopes, Bexiga Peres, Pedro de Freitas, Reais Pinto, José Inês ou Joaquim Magalhães. Mas nenhum deles, porém, atingiria a notoriedade de António Aleixo, que se destacou pelas suas réplicas mordazes e subtis em quadras soltas e sábias; no exterior, foi colocada uma estátua em bronze, numa homenagem mais do que justa ao poeta popular.

É hoje um dos cartões-de-visita da cidade, sendo a sua fachada e o seu interior retratados em muitos folhetos turísticos e internet como ex-libris de Loulé.

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