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No Algarve, há empreendedores e empresas inovadoras, marcas bem estabelecidas, outras em processo de consolidação e ideias de negócio que estão agora a dar os primeiros passos ou estão ainda no papel, mas têm um grande potencial. Todos tiveram o seu espaço na sessão final do ciclo de debates «Made in Algarve», que teve lugar na passada sexta-feira, no Teatro das Figuras.

O espaço cultural da capital farense foi um autêntico palco para as iniciativas empresariais e ideias de negócio algarvias, numa ocasião em que se celebrou o Dia da Europa. Uma data simbólica, uma vez que a iniciativa da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDRA) teve o objetivo de «mostrar boas práticas empresariais e evidenciar como foi investido o dinheiro e o que é que o Algarve fez bem no atual período de programação (de Apoios da União Europeia) 2007 – 2013».

Uma sessão especial do Ignite Algarve, onde a capacidade de comunicação foi explorada, um debate com os promotores de três empresas algarvias já bem estabelecidas e a apresentação dos vencedores do concurso «Ideias em Caixa», promovido pela Universidade do Algarve, deram corpo ao programa desta última conferência.

A fechar, e já com a presença do secretário de Estado do Turismo Adolfo Mesquita Nunes, foi inaugurada a exposição «Made in Algarve», que dá a conhecer 30 empresas que se destacam no tecido económico algarvio e que estão a ser apoiadas pelo QREN. Apesar de ter sido lançada no Foyer do Teatro das Figuras, a mostra mudou-se nesse mesmo dia para a sede da CCDR Algarve, no Largo da Pontinha em Faro, onde pode ser vista até 9 de Julho.

O Quadro Comunitário de Apoio 2007/13 foi o denominador comum entre os projetos que estiveram em destaque, na sexta-feira, já que as áreas de negócio dos projetos apoiados são muito diversificadas. Daí a CCDRA ter optado por dividir o ciclo de conferências em temas-chave, nomeadamente, Terra, Mar, Turismo, Indústria e Serviços.

«Com este ciclo, demonstrámos – e quando digo isso, falo dos empresários – que temos excelentes empresas no Algarve, inovadoras, com muito conhecimento e sucesso. Escolhemos 30 para a exposição e hoje, mas podiam ter sido muitas mais», ilustrou o presidente da CCDRA David Santos, ao Sul Informação, à margem da sessão.

O responsável pela entidade responsável pelo Programa Operacional Algarve 21, que gere os Fundos Comunitários destinados ao Algarve, faz a ressalva de que «foi muito difícil escolher» apenas 30 iniciativas empresariais e que não se pretende «menosprezar nenhuma das outras». «Foram aquelas que, dentro do QREN, tinham as melhores candidaturas, para estar aqui representadas», considerou.

«Temos aqui empresas ligadas às novas tecnologias, com produtos para o turismo, empresas ligadas à agricultura, pescas e artesanato, o único Centro de Dados da região, parques temáticos e uma empresa que faz publicidade e cinema, através do nosso realizador André Badalo», resumiu David Santos.

 

Faro viveu tarde muito empreendedora

A última conferência «Made in Algarve» durou uma tarde, onde foi possível mostrar muito do que se tem feito ao nível da promoção e apoio ao empreendedorismo, no Algarve, mas também como é que alguém se torna um empresário.

A tarde arrancou com um encontro Ignite diferente do que é habitual, onde cada orador teve 5 minutos e 20 slides, para estimular a plateia com as suas ideias, convicções, experiências pessoais ou apostas profissionais.

Depois desta intensa e animada sessão, dirigida por Domingos Pereira, da Ignite Algarve, foram dados a conhecer os vencedores do concurso «Ideias em Caixa», promovido pela UAlg, através do CRIA – Divisão de Empreendedorismo e Transferência de Tecnologia da UAlg, e igualmente apoiado pelo QREN.

Aqui, foram anunciados os nomes do 24 vencedores, um número que acabou por ser bem mais alargado do que os 15 inicialmente previstos e as 17 menções honrosas, todos eles escolhidos de um lote de 50 projetos. O vencedor do prémio monetário de 4800 euros foi o projeto para criação de uma maternidade de ostra portuguesa «Angulata».

Depois dos que sonham criar a sua própria empresa, foi dada voz aos que já o fizeram há bastante tempo e são hoje casos de sucesso. A CCDRA juntou numa mesa-redonda os responsáveis pelas empresas Rolear, Hubel e Zoomarine e o vice – presidente da CIP Vítor Neto, com o debate a ser moderado pelo jornalista Ricardo Claro, do Postal do Algarve. Após a sessão de encerramento, presidida por Adolfo Mesquita Nunes, foi inaugurada a exposição Made in Algarve.

 

Turismo terá de continuar a ser a «locomotiva» do Algarve

«O Turismo continua a ser a nossa âncora. Gosto de lhe chamar a locomotiva, que puxa tudo o resto atrás dele. O Algarve não é só sol e mar, é muito mais que isso, mas também não o podemos abandonar», acrescentou.

Durante a iniciativa, o presidente da CCDRA já havia avançado alguns números do QREN 2007/13, que acabam por comprovar esta ideia que o turismo continua aser o grande motor da região.

«Aprovámos 402 projetos nos Sistemas de Incentivos com um montante de investimento elegível de cerca de 191 milhões de euros. Neste universo dos projetos 72 por cento do investimento elegível está associado a projetos do setor do turismo, 15 por cento associado aos serviços, 6 por cento ligado ao comércio e apenas 5 por cento ligados à indústria», disse.

«Do investimento elegível, 73 por cento teve a sua origem em micro e pequenas empresas, 12 nas médias empresas e 15 por cento nas grandes empresas», acrescentou.

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