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O Algarve vai contar com «um ligeiro reforço de operacionais» e mais um helicóptero bombardeiro médio para ataque inicial (ATI), na fase mais crítica de risco de incêndios, no Dispositivo Especial de Combates a Incêndios Florestais (DECIF) de 2014. O dispositivo é considerado o «adequado» às necessidades da região, embora tanto as forças de socorro como as autarquias admitam que mais seria sempre melhor.

O DECIF do Algarve para este verão foi apresentado esta terça-feira, em Faro, o mesmo dia em que foi assinado um protocolo «único no país», entre a AMAL-Comunidade Intermunicipal do Algarve, a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), a Federação dos Bombeiros do Algarve (FBA) e diversas associações humanitárias de bombeiros da região.

À luz deste acordo, irá ser feito um esforço conjunto para garantir um reforço remuneratório aos bombeiros das corporações algarvias que deem horas ao DECIF. Em causa o facto de a população do Algarve triplicar, na época alta, o que aumenta o número de ocorrências, mas também a dificuldade em oferecer remunerações competitivas, numa região em que há muito trabalho sazonal bem pago.

Assim, passa a estar disponível um reforço de 60 euros por cada 24 horas/homem (20 euros por cada turno de 8 horas). Ao todo, irão beneficiar deste complemento mais de 700 bombeiros de corporações algarvias, que aderem de forma voluntária ao DECIF.

«Estamos a prever que os Bombeiros que têm algum do seu tempo livre disponível, possam acumular essas funções, aumentando a sua disponibilidade para o serviço. Todos eles são contratados nas suas corporações e, entretanto, disponibilizam-se para realizar trabalho extra, em regime de prevenção, para combater fogos», resumiu o presidente da AMAL e da Câmara de Tavira Jorge Botelho, à margem da sessão de assinatura do protocolo.

«O número de bombeiros no Algarve é absolutamente limitado. É claro que algumas corporações têm voluntários que vão recrutar com este dinheiro, para a sua disponibilidade. Mas, no quadro de bombeiros permanentes, o número de operacionais não é tão elevado», disse.

Apesar de se juntarem ao DECIF voluntariamente, os bombeiros em causa têm de ter a formação adequada, ou seja, têm de ser profissionais (mesmo os que pertencem às associações humanitárias). «Neste caso concreto, todo o tempo conta», devido ao número limitado de operacionais disponíveis.

Segundo Jorge Botelho, este é um reforço «que já se faz há quatro ou cinco anos», mas este ano, além de um valor mais elevado de compensação, houve um acordo entre as 16 autarquias algarvias, através da AMAL, para dividir a comparticipação de cerca de 317 mil euros «de forma equitativa».

Este reforço far-se-á sentir, na sua larga maioria, no aumento dos bombeiros disponíveis nas Equipas de Combate a Incêndios Florestais.

 

Dispositivo de 2014 com poucas mudanças, em relação a 2013

Apesar de haver algumas novidades, o DECIF de 2014 para o Algarve não será muito diferente do ano passado. As principais alterações incidem sobre a fase Charlie, a de risco mais elevado, que decorre de 15 de junho a 30 de setembro.

Em 2014, a ANPC promoveu a «consolidação do conceito de atuação das duas Brigadas de Combate a Incêndios (BCIN), para reforço imediato ao Ataque Inicial nas áreas de maior risco». Haverá uma destas brigadas em permanência no Barlavento e no Sotavento, no coração da Serra, para ajudar o mais depressa possível as unidades que se dedicam ao ataque inicial. Desta forma, além de evitar que o incêndio ganhe outras proporções, garante-se a disponibilidade das unidades ATI.

Outra novidade é o reforço de um helicóptero médio de ataque inicial, que estará estacionado em Loulé. Este meio aéreo junta-se aos de Monchique e Tavira, com as mesmas caraterísticas, que também estão disponíveis na fase Bravo (15 Maio a 30 de Junho) e Delta (até 15 outubro).

Na fase Charlie, o dispositivo irá ser reforçado por 17 bombeiros e 38 militares do exército (de 1 de julho a 30 de setembro), mas deixará de contar com duas equipas de sapadores florestais, que passam a ser, no total, oito, com 40 operacionais e 8 veículos a elas afetos.

No conjunto de todos os meios, entre bombeiros, elementos de forças de segurança e do exército, funcionários das autarquias e de outras entidades públicas e agentes privados, o DECIF vai contar, na fase Charlie, com 419 operacionais e 114 veículos.

Segundo o comandante distrital operacional da Proteção Civil Vítor Vaz Pinto, este dispositivo é «adequado, tendo em conta o histórico de ocorrências na região». Em 2013, recordou, «98,5 por cento dos 419 incêndios registados na região foram debelados com o ataque inicial», desempenho que se espera repetir ou mesmo melhorar este ano. Ou seja, o que se quer é «um ataque inicial «fulminante e musculado».

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