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O navio de cruzeiros «Adonia», que foi visitado na sexta-feira passada pelo reitor da Universidade do Algarve durante a sua deslocação a Portimão, é, para já, o único navio da companhia britânica P&O que pode atracar neste porto, devido às reduzidas dimensões do cais.

Mas em breve, com as obras de 10 milhões de euros que estão já previstas para este porto, poderá ser aqui acolhida «a maioria da frota desta companhia». «Os britânicos adoram vir ao Algarve, que é um destino de excelência», salientou o comandante Graco Trindade, chefe do Departamento de Pilotagem da Autoridade Portuária.

A própria comandante do «Adonia», Sarah Breton, disse, em conversa com a presidente da Câmara Isilda Gomes: «quando fizerem as obras teremos os nossos maiores navios a atracar aqui. Agora têm que ficar ao largo».

Os trabalhos a realizar no porto de Portimão incluem dragagens no canal de navegação, alargamento do canal e bacia de rotação e prolongamento do cais, obras que deverão permitir o acesso ao porto de navios de maior porte.

Depois de concluído o processo de Avaliação do Impacte Ambiental, que deverá demorar «ainda um ano», avançarão finalmente as obras, na melhor das hipóteses em meados de 2015. Estes investimentos já foram assumidos como prioritários pelo Governo, no âmbito do Plano Estratégico de Transportes e Infraestruturas.

«Antes de 2017, não teremos em Portimão navios com maior calado», disse Isilda Gomes ao reitor da Universidade do Algarve.

As obras são consideradas «fundamentais» pela autarca, já que as novas condições portuárias vão permitir que Portimão passe dos atuais 20 mil passageiros por ano para 200 mil. «Vamos atingir dez vezes mais os passageiros atuais», sublinhou a autarca em conversa com o reitor António Branco.

Um número que será muito importante para Portimão, mas também para toda a região algarvia. É que, dos passageiros que chegam a bordo dos cruzeiros, 27% fazem excursões pela região quando atracam em Portimão e os restantes 73%, «na sua maioria, vão visitar a cidade».

No Algarve, os turistas dos cruzeiros fazem excursões até Faro, Olhão, Tavira ou Sagres e Monchique. Ou seja, acabam por ter impacto económico em toda a região. Por isso, o reitor António Branco quis saber se «a Associação de Municípios se interessa pelas obras no porto de Portimão». Isilda Gomes respondeu que, «apesar de os municípios ainda viverem para as suas capelinhas, este investimento de 10 milhões de euros foi bem aceite por toda a gente, nenhum colega levantou questões por isso».

Mas, enquanto não avançam as obras de maior fôlego, a Administração dos Portos de Sines e do Algarve (APS) vai promover melhoramentos importantes no porto de cruzeiros de Portimão.

«No Verão, serão feitas obras de requalificação no terminal», anunciou o administrador José Pedro Soares em declarações ao Sul Informação.

As obras serão feitas com receitas próprias da APS e incluem, por exemplo, um melhoramento no cais ro-ro, onde atracam os tenders, as pequenas embarcações que transportam para terra os passageiros dos navios que ficam ao largo. «Será uma pequena intervenção a pensar sobretudo nos passageiros com menos mobilidade», que são, no fundo, a maioria dos que fazem cruzeiros, em grande parte idosos. «Em setembro, já teremos esse melhoramento operacional, a tempo da primeira escala com tender», garantiu o administrador.

Mas as intervenções passarão ainda por melhoramentos nas instalações sanitárias e até pela pintura do terminal.

A época dos cruzeiros, na Europa, abarca os meses de fevereiro, março e abril, e depois de setembro, outubro e novembro. Por isso, a APS vai aproveitar o Verão, época em que os navios de cruzeiro rumam às paragens mais quentes das Caraíbas, para fazer as pequenas obras de melhoramento no terminal de Portimão.

No dia da visita do reitor, soube-se que o «Adonia» vinha de Sevilha, tendo tentado ir a Tânger, mas acabando por não o fazer por ter apanhado «ventos com força de furacão», de «67 knots», no Estreito de Gibraltar, como revelou a comandante Sarah Breton.

«Tivemos que cancelar essa escala e vir diretamente para Portimão», onde o navio estava atracado nas plácidas águas do estuário do Arade.

E porque pretendia o navio de cruzeiros rumar a Tânger? Porque se trata de um porto com isenções fiscais, uma zona franca para os navios que aí fazem o seu reabastecimento em condições muito mais vantajosas.

«Quem sabe se um dia o porto de Portimão não poderá também ter o mesmo tipo de isenções?», interrogou a autarca Isilda Gomes. As empresas portuguesas, que passariam assim a abastecer os navios que aqui fazem escala, teriam aí um novo e importante mercado.

sulinformacao

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