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Atingir cem anos é sempre um motivo de festa e, em São Brás de Alportel, que começou a celebrar o Centenário de Elevação a Concelho no domingo, os festejos são feitos por toda a população. No dia 1 de junho, que foi repleto de iniciativas, umas lúdicas, outras solenes, nem sequer faltou o fundador do concelho: João Rosa Beatriz  também participou.

As celebrações dos cem anos do município vão durar um ano e têm um programa que já conta com dezenas de iniciativas. A ideia é celebrar o passado e a história do concelho, ao mesmo tempo que se deixa algo que não seja «efémero».

«Durante este ano, vamos ter palestras, tertúlias sobre diversos temas, publicar diferentes edições. Também estamos a fazer estudos mais aprofundados sobre a história do próprio concelho. Teremos atividades culturais e desportivas, mas, acima de tudo, queríamos deixar a marca na renovação de algum património», resumiu Vítor Guerreiro, à conversa com o Sul Informação e a Rádio Universitária do Algarve, no programa radiofónico «Impressões».

«Temos pensado um programa de atividades que passa, essencialmente, por deixar sementes para o futuro, por estudarmos um pouco mais daquilo que foi a nossa história e por valorizarmos o nosso património, as pessoas e a nossa sociedade», acrescentou.

Uma mensagem reforçada pelo aparecimento de João Rosa Beatriz, o grande obreiro da elevação de São Brás a concelho, em 1914, que “regressou do passado” para saudar a população, da janela dos Paços do Concelho, no passado dia 1. Um momento de maior teatralidade, que acompanhou o momento inicial das comemorações, o Hastear da Bandeira, seguido do Hino Nacional.

Como Vítor Guerreiro e o coordenador da Comissão das Comemorações do Centenário Emanuel Sancho anunciaram no lançamento desta iniciativa, há cerca de duas semanas, outro ponto de honra destas comemorações é o envolvimento da população.

E isso está a ser conseguido, tendo em conta o cortejo «com quase um milhar de participantes, das muitas instituições e coletividades locais, que subiram até à Praça da República, numa profusão de cor e sentir», segundo descreve a Câmara de São Brás.

 

Câmara “ofereceu” uma Praça renovada no dia do centenário

Da parte da Câmara de São Brás de Alportel, houve a preocupação de oferecer à população algo de novo, neste caso, uma renovada Praça da República.

«Sem quaisquer barreiras arquitetónicas, a nova Praça da República é mais um projeto integrado no Plano “São Brás de Alportel Acessível a todos”. Um justo tributo à República, no centenário do município cuja história está intimamente associada à história da implantação do novo regime em 1910; que para manter o seu espírito de sã rebeldia da Juventude, com o envolvimento dos mais jovens, desde a conceção do projeto até toda a sua concretização», segundo a autarquia são-brasense.

A obra é camarária, mas pode dizer-se que tem o cunho dos cidadãos de São Brás, pois é já um produto do Orçamento Participativo que este concelho promove há vários anos, processo no qual foi dos municípios pioneiros, em Portugal.

No mesmo dia, foi lançada a exposição «São Braz d’Alportel 1914», patente na Galeria Municipal. Esta iniciativa consiste numa mostra informal, que reúne documentação de finais do século XIX e inícios do século XX de grande relevância para o concelho, oferecendo um trajeto histórico ao longo de um período tão significativo para São Brás de Alportel.

Entre a festa dos mais pequenos, que naquele que é também o seu dia, o da Criança, tiveram divertimentos variados ao seu dispor durante a tarde, e a festa de toda a população, num concerto noturno com Miguel Gameiro e os Pólo Norte, houve tempo para uma romagem ao Mausoléu de João Rosa Beatriz, fundador do concelho, no Cemitério Municipal.

No dia do centenário, também foram agraciadas as associações e entidades locais e entregues insígnias municipais a um conjunto de personalidades.

A Insígnia Municipal de Valor e Altruísmo distinguiu Walter Sulzer, Maria Manuela Andrade e Sousa Fernandes e Maria de Sousa Belchior, três percursos de vida que constituem um exemplo na comunidade.

A César Correia, Abílio Barros e Júlio Negrão foram atribuídas Insígnias Municipais de Mérito, como reconhecimento dos seus notáveis feitos.

Por fim, foram entregues as Insígnias Municipais de Honra, simbolicamente representadas pela Chave do Município, a João Pires da Cruz, António Eusébio, António José Pires Bica e José de Sousa Pires (os dois últimos a título póstumo), antigos presidentes da Câmara Municipal democraticamente eleitos, assim como ao Prior José da Cunha Duarte.

 

 

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