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A Direção da Organização Regional do Algarve (Doral) do PCP considera o encerramento de escolas no Algarve, que o Governo equaciona, «um crime contra as populações». Os comunistas defendem que estes serão «cortes cegos», que não têm justificação ao nível pedagógico ou da melhoria da qualidade da educação.

O PCP/Algarve «desenvolverá nos próximos dias ações de contacto com professores, funcionários, pais e encarregados de educação das escolas ameaçadas onde se inclui, na próxima segunda-feira, uma visita de Paulo Sá, deputado do PCP na Assembleia da República, a uma escola do concelho de Loulé».

Por detrás destas iniciativas está o anúncio feito pelo Governo de que tem «intenção de dar continuidade ao processo de encerramento de mais escolas do 1º ciclo do ensino básico, designadamente escolas com menos de 21 alunos, estando referenciadas no Algarve, entre outras, as escolas básicas de Odeleite – Castro Marim; Ancão – Faro; Fonte Santa, Cortelha e Querença Loulé; Marmelete – Monchique; Salema – Vila do Bispo».

«Com esta decisão o Governo de Passos Coelho e Paulo Portas irá continuar a contribuir, para desertificar ainda mais vastas zonas do país, retirando as crianças do seu ambiente natural, quebrando laços familiares de grande importância para o seu equilíbrio emocional, obrigando a alterações de horários e a deslocações desnecessárias, não respeitando as Cartas Educativas aprovadas nos órgãos municipais e homologadas pelo Governo», acusaram.

As razões apontadas, dizem os comunistas, «sustentam-se em argumentos que não têm nenhum suporte pedagógico ou que melhore a qualidade da educação».

«Nesta visão economicista da rede escolar, o que conta para o Governo são os números, não tendo presente o desenvolvimento das crianças, a coesão territorial, os postos de trabalho no sector, nem as preocupações com o eventual despovoamento das comunidades», acredita o PCP.

«O PCP chama a atenção que esta medida de encerramento de escolas na região e no Algarve atingirá populações que já perderam neste últimos anos a junta de freguesia, o posto dos correios, o balcão da segurança social, a extensão de saúde e sob as quais pesa a ameaça do encerramento de tribunais, de repartições de finanças e de outros serviços públicos», acrescenta.

Uma situação «insustentável», que os comunistas alegam ser «claramente violadora da Constituição da República e que merece repúdio e combate por parte dos trabalhadores e das populações».

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