Os «Dom Rodrigos», doces algarvios feitos com fios de ovos que terão sido produzidos, pela primeira vez, no Convento de S. José, há umas centenas de anos, são um dos destaques de mais uma Mostra do Doce Conventual, que vai decorrer em Lagoa, de 16 a 20 de julho.
A Mostra volta ao Convento de S. José, durante cinco noites, dando a provar a doçaria tradicional, bem como mel, compotas, licores, aguardente de medronho e melosa, tudo produzido pelos próprios expositores, que vêm do Algarve, Alentejo e Centro do país.
O evento, que aproveita os claustros do Convento, as suas antigas salas e celas e ainda as ruas circundantes, recriando a vivência conventual, vai abrir todos os dias às 18 horas. A entrada é gratuita.
A animação musical estará a cargo do rock alentejano de Castro e Salgueiro (dia 16), Artesãos da Música (17), Cantigas do Baú (18), ObBlua (19) e Ruas do Fado (20). Estes concertos estão marcados para as 22h00.
Haverá ainda animação de rua e ritmos dançantes mais para o fim da noite.
Todos os dias serão sorteadas, entre os visitantes, estadias nas unidades hoteleiras do concelho de Lagoa.
O conceito de doce conventual está relacionado com a difusão do açúcar nas cozinhas dos mosteiros portugueses. Segundo a tradição e a história, as receitas de doces da gastronomia regional portuguesa começaram a ser produzidas a partir dos finais do século XVI nas ordens religiosas de frades e freiras. Algumas das receitas desses bolos, que perduraram no tempo ou têm vindo agora a ser redescobertas, nasceram em Lagoa.
O Convento de S. José é um edifício setecentista, bem conservado, fundado entre 1710 e 1713, tendo sobrevivido ao terramoto de 1755.
Foi adquirido pela Câmara Municipal de Lagoa a 27 de março de 1924, na altura destinado à instalação de escolas e repartições públicas, tendo beneficiado, ao longo dos anos, de obras de requalificação, restauro e adaptação, tornando-se, nos últimos anos, na sede de grandes eventos culturais do Município.