Há concursos a decorrer com mais de 200 vagas para médicos para os Hospitais e Centros de Saúde do Algarve, mas continua a não ser dada a perspetiva de quantos clínicos chegarão, de facto, à região e quando estarão ao serviço dos utentes algarvios.
A Administração Regional de Saúde do Algarve voltou a anunciar que o Ministério da Saúde reforçou o investimento na Saúde, no Algarve ao longo do 1º semestre de 2014, aposta que não impediu muitos problemas, nomeadamente ao nível dos Serviços Básicos de Saúde, desde o início do ano.
O Instituto Público algarvio salientou, numa nota de imprensa, a «clara aposta» do Ministério da Saúde «no reforço da capacidade de resposta dos cuidados de saúde primários e hospitalares e no alargamento da rede de cuidados continuados integrado, quer através de investimentos em novas unidades e obras de melhoramento das instalações e equipamentos existentes quer na abertura de concursos para contratação de profissionais de saúde».
«Estão neste momento abertas mais de uma centena de vagas para a Região do Algarve, cerca de 90 para especialistas de Medicina Geral e Familiar e 46 especialistas da área hospitalar, entre outras. Para breve, aguarda-se a publicação da abertura de 105 vagas para médicos especialistas da carreira hospitalar», anunciou aquela entidade.
Em declarações ao Sul Informação, há cerca de duas semanas, o presidente da ARS do Algarve João Moura Reis esclareceu que, apesar de estes concursos estarem a decorrer, há poucas possibilidades de as vagas serem todas ocupadas (das 175 vagas que foram postas a concurso, antes desta leva, apenas 35 foram preenchidas) e o concurso, pelo menos naquilo que diz respeito aos Médicos de Medicina Geral e Familiar, ainda deverá levar algum tempo a ser concluído.
Na entrevista dada ao nosso jornal, João Moura Reis mostrava-se cético quanto à capacidade do Algarve de atrair um número tão elevado de médicos, já que a maioria dos clínicos terá «a vida organizada» noutras regiões do país. A mesma lógica será extensível a muitos dos alunos do Mestrado Integrado em Medicina da Universidade do Algarve, considerou.
Ainda assim, a ARS salienta que «iniciaram em 2014 a formação nas várias especialidades, 48 médicos, ou seja, mais 7 do que no ano anterior, o que permitirá ajudar a fixar profissionais médicos no Algarve».
«Ao nível de instalações e equipamentos, destaque para as obras de remodelação da Urgência de Portimão e para a inauguração de 65 camas de cuidados continuados em Aljezur e Estoi. Foram ainda, alvo de profunda remodelação as extensões de saúde de S.B. Messines, Almancil, Salir, Montegordo. Estes investimentos representaram um total de cerca de 4 milhões de euros», descreve aquela entidade, numa comunicação em jeito de balanço do trabalho que realizou este ano.