A «fiscalidade verde quer penalizar o turismo», defendeu a Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA). Os empresários do setor repudiam a intenção do Governo em aumentar impostos, «nomeadamente o transporte aéreo de passageiros e a recuperação da famigerada taxa municipal de ocupação turística», considerando que irá constituir um forte abalo para o Turismo, o setor económico «que gera menos impactos ambientais negativos e, simultaneamente, o que mais contribui para as exportações portuguesas».
Em causa o Anteprojecto de Reforma da Fiscalidade Verde, apresentado recentemente pelo Governo, em que é ponderada a subida de algumas taxas. Um diploma que a AHETA diz ser «motivo de forte preocupação para todo o sector empresarial e turístico».
«Numa altura em que o Turismo vem dando alguns sinais de recuperação, após muitos anos de estagnação e declínio, anunciar o lançamento de mais impostos sobre o sector é não só contraproducente como uma ameaça à sua competitividade», defende a associação empresarial.
Tendo em conta que o aumento da carga fiscal é justificada com a questão ambiental, a AHETA defendeu que «é, precisamente, nas empresas e estabelecimentos do sector turístico que se encontram implementadas as melhores práticas de gestão ambiental em Portugal».
«Neste sentido, não existe uma relação directa entre o desenvolvimento desta actividade e práticas nocivas para o meio ambiente, que só por si justifiquem penalizar o sector com o lançamento de mais impostos», considerou.
«Por outro lado, no caso do Algarve, os efeitos ao nível do aumento do desemprego seriam enormes, traduzidos no crescimento exponencial de estabelecimentos encerrados durante a estação baixa», acrescentou a associação, que considera que um eventual aumento da carga fiscal «coloca em causa os investimentos e estratégias promocionais em curso».