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DSC_0260Terminado o périplo pela região, o reitor da Universidade do Algarve ainda não avança com um balanço definitivo sobre estas visitas aos concelhos porque, na sua opinião, “é necessário juntar, organizar e analisar todos os elementos que foram recolhidos ao longo destes meses”.

António Branco avança, sim, com a vontade de organizar “um dia dos concelhos na Universidade”, para, juntamente com os presidentes dos municípios, refletir sobre os problemas que encontrou, porque a UAlg tem a “vantagem de se poder distanciar dos territórios visitados e disponibilizar uma visão global da região”.

Após a sua última visita, ao concelho de Faro, na passada sexta-feira, o reitor não resistiu, porém, a fazer um balanço afetivo destas visitas, considerando que foram muito importantes. Centrando-se no lema “UAlgarve é o nosso Campus”, António Branco considerou “perfeitamente natural” encerrar este périplo na capital algarvia, já que é em Faro que a Universidade tem a sua sede e é este município que acolhe três dos quatro campi da UAlg.

Sobre “o dia dos concelhos na Universidade”, o reitor esclarece que, em primeiro lugar, será uma forma de retribuir “o extraordinário acolhimento que tivemos em todos os municípios”, até porque “é possível que os senhores presidentes não conheçam também a UAlg como aquilo que eu, enquanto Reitor, lhes posso mostrar”.

Depois, será também uma reunião de trabalho para analisar dados ou projetos, num espaço informal de troca de ideias e sinergias, sem nunca esquecer que “a ação da Universidade não é confundível com a ação política, nem pode ser, é cultural e científica”.

Já no que diz respeito à relação da Academia com as empresas, em declarações à comunicação social no final da visita a Faro, António Banco esclareceu que a “Universidade não é uma empresa, nem as empresas são locais de formação”, estas relações têm que ser aperfeiçoadas e criadas verdadeiras parcerias, tornando bem clara a identidade e o papel de cada um.

“Pode instituir-se a ideia de que a Universidade é uma prestadora de serviços, mas não é, as suas principiais missões são ensinar e investigar”, explicou o reitor, esclarecendo ainda que “a Universidade tem como responsabilidade a transferência de conhecimento que seja útil à sociedade, mas não só à atividade económica, também à social e à cultural”.

Rogério Bacalhau, presidente da Câmara Municipal de Faro, elogiou a postura que o reitor imprimiu ao seu mandato porque “a Universidade é do Algarve e este périplo vem reforçar ainda mais o facto de a Universidade ser de toda a região”.

Na sua opinião, esta é uma oportunidade dada aos autarcas para se aproximarem mais da Universidade e vice-versa. “Hoje nenhum concelho funciona de forma fechada, trabalha-se em rede, aproveitando o que de melhor existe e, seguramente, a UAlg é aquilo que melhor temos nesta área”.

O autarca considera que já existe um excelente relacionamento com a Universidade do Algarve, mas está ciente de que irá recolher frutos das visitas aos outros concelhos, tendo a Universidade como elo de ligação e como “chapéu” dessa cooperação, que colocará em cima da mesa algumas soluções para os vários problemas.

O roteiro de Faro contemplou uma visita à Rolear, um grupo empresarial que aposta na representação de marcas conceituadas, na oferta de soluções de automação para sistemas de óleo hidráulico, de eletricidade e de ar comprimido.

A comitiva também esteve na Escola Básica da Lejana, inaugurada recentemente, e foi conhecer a Flesk, uma empresa líder na área de prestação de serviços na Internet.

Da parte da tarde, o reitor visitou o Refúgio Aboim Ascensão, seguindo-se o Parque Ribeirinho. A visita ao concelho de Faro terminou na Nave Pegos (também conhecida como Estaleiro do Bruce), um estaleiro que oferece trabalho a várias empresas locais devido aos barcos estrangeiros que recebe, de lugares tão distantes como Austrália, Nova Zelândia, América e de diferentes países da Europa.

No final deste périplo, António Branco defendeu que “a Universidade tem obrigação de pensar sobre a região em que está inserida para apresentar a sua visão académica e científica, mas deixando que os políticos, que têm a responsabilidade de conduzir a vida diária da região, digam em que é que esta visão poderá ser útil para a região, porque nunca competirá à Universidade decidir a estratégia do Algarve”.

 

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