O Festival Verão Azul chega pela quinta vez ao Barlavento algarvio – a Lagos e a Portimão -, entre 23 e 26 de Outubro, apresentando-se nesta edição sob o signo da memória.
Com direção artística da dupla de artistas Ana Borralho & João Galante e organizado todos os anos pela associação cultural casaBranca, o Verão Azul é um «festival de cariz transdisciplinar dedicado à promoção e difusão da arte contemporânea, que procura mostrar objetos artísticos mais experimentais, por vezes de difícil categorização, e fortemente identitários em termos autorais».
Em simultâneo, tem conciliado a apresentação de obras de artistas consagrados com a apresentação de trabalhos de jovens criadores.
A programação, distribuída pelos quatro dias de festival, é dirigida a público de todas as faixas etárias e constituída por espetáculos, performances, leituras, concertos, conferências, exposições, cinema documental.
Há ainda um espaço dedicado ao público infanto-juvenil, que inclui dois espetáculos e uma mostra de filmes clássicos do cinema de animação.
Esquecer Mata é a frase chave do festival deste ano e foi escrita pelo artista bósnio Andrej Derkovic na obra que expõe em cartazes espalhados livremente pelas ruas do Verão Azul, durante todo o período em que decorre o festival.
A GHOST Editions, de Patrícia Almeida e David-Alexandre Guéniot, traz à Galeria LAR a exposição Souvenirs from Europe, com 15 cartazes de 15 artistas europeus.
Em paralelo, cria-se a oportunidade para conhecer este singular projeto editorial, através de conversas com os editores e um ponto de venda permanente das suas próprias edições.
Nas artes performativas, Tiago Rodrigues regressa ao Centro Cultural de Lagos com a peça de teatro “By Heart”, na qual envolve ativamente alguns elementos do público «para nos recordar da importância de saber de cor textos e palavras, que permanecerão na nossa memória mesmo que acabem os livros», salienta a organização.
O autor e encenador espanhol Pablo Fidalgo Lareo liga a estória da sua família à história do seu país através da memória viva da sua avó, a protagonista do espetáculo “O estado salvaxe. 1939.”, que apresenta também no Centro Cultural de Lagos.
No mesmo dia, lê e conversa a partir do seu mais recente livro de poemas “Mis padres: Romeu y Julieta”, na informalidade da Galeria LAR.
Rui Catalão propõe um ciclo de conferências intitulado “A grande dívida”, com uma edição no TEMPO, em Portimão, e outra na Galeria LAR, em Lagos.
São atos performativos que aliam o seu prazer em contar histórias ao uso da memória para refletir sobre o presente e sobre fenómenos diversos da vida contemporânea.
Para os mais jovens, Inês Barahona e Miguel Fragata criaram o espetáculo “A caminhada dos elefantes”, que conta a história da homenagem feita pela manada de elefantes ao homem depois da sua partida.
Mónica Samões e José Pelicano põem os mais velhos a ler para os mais novos, resultado do projeto comunitário realizado com a população sénior de Lagos.
Há ainda duas sessões de filmes clássicos do cinema de animação, dirigidas a crianças mas também a adultos, no Cinema de Lagos. Serão contos de fadas e outras fantásticas aventuras realizadas pela alemã Lotte Reiniger para descobrir os primórdios do cinema de animação.
O Cinema de Lagos recebe, ainda, cinema documental oriundo do Brasil: “Estamira”, “Fala Tu” e “Tarja Branca”, de Marcos Prado, Guilherme Coelho e Cacau Rhoden respetivamente, contam histórias de pessoas e do seu quotidiano na sociedade brasileira.
Na música, o destaque vai para o concerto duplo da rapper com sotaque do norte Capicua, e dos algarvios Tribruto. Uma sexta-feira à noite com o melhor do hip hop nacional, no Teatro Municipal de Portimão.
A dupla de DJ GuerreiroGalante fazem a festa obrigatória no LAC. E, para fechar o festival, o concerto a solo de Bruno Pernadas que, com a sua guitarra e eletrónicas, promete surpreender na Galeria LAR.
Consulte a programação detalhada em: www.festivalveraoazul.com