Agentes da PSP estão a guardar a zona junto da passagem de nível para peões que foi desativada pela REFER esta terça-feira, junto à Estação de Olhão, desde que a medida foi implantada. A presença de agentes da autoridade deve-se à forte contestação da população, que não tem escondido o seu desagrado sempre que se vê impedida de passar, e ao receio de eventuais tentativas de destruir a vedação ali colocada há apenas dois dias.
Um receio fundado, tendo em conta que a REFER tentou fechar outra passagem utilizada por peões, junto ao Intermarché de Olhão e a viu reaberta de uma noite para a outra. Aliás, já foram várias as tentativas da empresa que gere as infraestruturas ferroviárias em Portugal para fechar esta passagem, sempre sem sucesso.
A passagem de nível para peões junto à Estação de Olhão era utilizada, diariamente, por milhares de pessoas. Com o seu fecho, a alternativa é passar pela passagem inferior, o viaduto que liga as Avenidas Bernardino da Silva e da República, solução que está longe de agradar a população, mas também a Câmara e a Junta de Freguesia de Olhão.
Ambas as estruturas autárquicas já vieram a público criticar a medida da REFER, afirmando que a alternativa não é viável. O presidente da Câmara Municipal exigiu, mesmo, a reabertura da passagem, por considerar a medida «manifestamente lesiva do interesse público, em particular da segurança e mobilidade dos cidadãos olhanenses».
O autarca alertou para as «insuficientes condições de utilização da passagem inferior que ainda se verificam, já que as inclinações são muito superiores ao permitido pela legislação aplicável às acessibilidades das pessoas com mobilidade condicionada», lembrando, ainda, o «perigo real e iminente de inundação rápida em época de maior pluviosidade, o que coloca em causa a segurança das pessoas que utilizarem esta passagem, mormente dos idosos, das crianças e das pessoas com mobilidade reduzida».
Entretanto, a população tem vindo a denunciar situações de pessoas com mobilidade reduzida, idosos e de pessoas com carrinhos de bebé, que tiveram grandes dificuldades em utilizar a alternativa proposta pela REFER. Argumentos que são repetidos aos agentes da autoridade presentes no local, que acabam por ser os principais alvos do descontentamento da população.