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Homossexuais católicos_Rumos NovosEstão reunidos para aproveitar uma oportunidade rara de mudar a postura da igreja católica em relação à homossexualidade, mas também para aprofundar laços de amizade e a fé que partilham.

Representantes de associações de homossexuais católicos de vários países estão reunidos, desde segunda-feira, num congresso, em Portimão, onde, além da fundação de uma organização mundial que as represente todas, querem produzir um documento, a enviar à assembleia extraordinária do Sínodo dos Bispos dedicada às questões da família, que está a decorrer, no Vaticano.

«A altura que escolhemos para a realização deste congresso e criação da organização mundial está ligada à abertura demonstrada pelo Papa Francisco e à realização do Sínodo, em Roma», revelou ao Sul Informação José Leote, coordenador nacional da associação de homossexuais católicos portuguesa Rumos Novos, que organiza o congresso.

«A abertura do Papa Francisco tem sido importante, porque nos permite olhar para estas questões com uma visão mais abrangente. Já a realização do Sínodo é igualmente importante, porque estarão em cima da mesa duas questões que nos dizem respeito, aquilo que a Igreja chama de situações pastorais difíceis, que são as relações entre pessoas do mesmo sexo unidas por união de facto e o tratamento pastoral a dar aos filhos de casais de pessoas do mesmo sexo».

José Leote:”Basta que católicos se reúnam num mesmo espaço, para que seja mais um retiro ou encontro fraterno, do que um congresso”

Esta acaba por ser a primeira oportunidade de debater e, eventualmente, alterar, a postura oficial da Igreja em relação aos homossexuais católicos. «Pela primeira vez, a Igreja está, formalmente, a debruçar-se sobre estas questões. O último Sínodo dos Bispos sobre a família foi há 34 anos, quando o Papa era ainda João Paulo II e este assunto nunca foi abordado», ilustrou José Leote.

Para que o contributo seja o mais alargado possível, foram chamadas a participar neste congresso associações de homossexuais católicos de vários pontos do mundo. Nem todas puderam vir até Portimão, mas nem por isso deixarão de dar o seu contributo.

«Aqui, temos 15 representantes que vêm de Portugal, de Espanha e Estados Unidos. Depois, teremos intervenções via Skype de associações do México, Peru, Costa Rica, Brasil, Argentina e de França. Ao todo, seremos 40 as pessoas envolvidas nesta iniciativa», contou.

 

Um congresso que é, também, «um encontro fraterno»

José Leote_Rumos NovosO evento que os homossexuais católicos estão a promover em Portimão é, para todos os efeitos, um congresso, mas a componente religiosa não deixa de estar bem presente.

«Basta que católicos se reúnam num mesmo espaço, para que seja mais um retiro ou encontro fraterno, do que um congresso. Já nos conhecemos de outros encontros e estas reuniões servem para cimentar o espírito de união e amizade entre as pessoas», disse José Leote. Ao longo do congresso, também não faltam momentos de oração.

A Rumos Novos foi criada em 2008 e tem, atualmente, delegações, ou capítulos, em Portimão, Lisboa e Porto. «Trabalhamos, habitualmente, com uma média de 10 a 12 pessoas em cada reunião. (…) Além disso, temos uma lista de contactos e de pessoas que colaboram connosco, de mais de 200 elementos», revelou.

sulinformacao

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